Economia

Mercado de bens de luxo pessoal deve encolher pela primeira vez desde a crise financeira de 2008, aponta pesquisa

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mercado global de luxo; Mercado de bens de luxo pessoal

O relatório anual de luxo da Bain & Company revelou que o mercado de bens de luxo pessoal — que inclui roupas, bolsas, joias e cosméticos — está enfrentando uma desaceleração em 2024, a primeira em 15 anos, excluindo o período de lockdown da Covid-19. Custos mais altos e a queda na fidelidade dos clientes fizeram com que os consumidores evitassem marcas de luxo em 2024, impactando os lucros das empresas e levando o setor a uma contração projetada de 2% para o ano completo, segundo o relatório.

O relatório indicou que os gastos gerais com luxo devem permanecer estáveis em 2024, com cerca de 1,5 trilhão de euros (1,59 bilhão de dólares), mesmo que segmentos como automóveis, viagens e vinhos finos registrem um crescimento modesto.

Fraqueza na China pesa sobre o setor

A incerteza econômica global e as pressões inflacionárias apareceram como pontos comuns nos relatórios de ganhos de marcas de luxo como LVMH, Burberry e Kering (dona da Gucci), todas registrando quedas nas receitas.

No entanto, é a diminuição da demanda no mercado chinês, um dos mais importantes para o setor, que tem causado especial preocupação, já que a economia chinesa ainda luta para se recuperar da desaceleração causada pela pandemia.

Até mesmo a Richemont, proprietária da Cartier e anteriormente uma exceção na desaceleração do setor, relatou uma queda de 1% nas vendas no primeiro semestre de seu ano fiscal, em parte devido à demanda enfraquecida da China.

“A China continental experimentou uma forte desaceleração, piorando ao longo do ano, à medida que os gastos domésticos diminuíram devido à fraca confiança do consumidor”, observou a Bain & Company.

O relatório aponta que a fraqueza sustentada no mercado chinês poderia afetar ainda mais o setor de luxo em 2025, mas considera isso como um cenário de baixa probabilidade. Em vez disso, prevê uma recuperação gradual na segunda metade do próximo ano como o cenário mais “realista”.

A demanda por luxo na Europa e nos EUA mostrou sinais de melhoria gradual ao longo dos trimestres de 2024, com o Japão liderando o caminho devido a taxas de câmbio favoráveis. Assim, o relatório prevê um leve crescimento do setor no próximo ano, a menos que surjam grandes adversidades econômicas.

Áreas de crescimento

O relatório também destacou pontos de crescimento para o setor, com carros de luxo, hospitalidade, vinhos finos e gastronomia gourmet registrando ganhos este ano. O turismo de luxo emergiu como uma área de crescimento, com consumidores cada vez mais direcionando seus gastos para experiências, eventos sociais e bem-estar.

Itens pessoais menores, como óculos e produtos de beleza, também registraram um aumento nas vendas, já que os consumidores optaram por “pequenos mimos” em vez de grandes compras, segundo o relatório.

No entanto, o relatório apontou que as marcas de luxo precisarão fazer mais para atrair e reter seus consumidores, que se mostram cada vez mais voláteis, especialmente dentro do segmento jovem da Geração Z, nascidos entre 1997 e 2012.

“50 milhões de consumidores de luxo abandonaram ou foram forçados a sair do mercado de bens de luxo nos últimos dois anos. Este é um sinal para as marcas de que é hora de reajustar suas propostas de valor”, disse Claudia D’Arpizio, sócia da Bain & Company e principal autora do estudo.

“Para reconquistar clientes, especialmente os mais jovens, as marcas precisarão liderar com criatividade e ampliar os tópicos de conversa. Ao mesmo tempo, devem manter seus principais clientes em foco, surpreendendo e encantando-os, enquanto redescobrem as interações humanas um a um”, acrescentou.

Imagem: Envato
Informações: Karen Gilchrist para CNBC
Tradução livre: Central do Varejo

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