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Tendências do varejo alimentar e supermercados
A experiência de compra de alimentos em lojas físicas continua sendo atraente, mesmo enquanto os varejistas percebem a necessidade de oferecer opções de comércio digital simples e personalizadas. Além disso, alguns varejistas estão desafiando a sabedoria convencional de buscar o público mais amplo possível e, em vez disso, estão criando lojas que atraem grupos étnicos ou nacionais específicos, por meio da escolha de produtos e até mesmo do design das lojas. Quer conhecer mais tendências do varejo alimentar? Continue a leitura!
Uma pesquisa recente com consumidores realizada pela agência de experiência ChangeUp identificou os principais benefícios percebidos nas compras em lojas físicas:
- 66% dos compradores se sentem mais no controle de suas compras na loja;
- 51% acreditam que conseguem itens de melhor qualidade;
- 43% consideram a compra na loja agradável, destacando os elementos táteis e visuais da experiência.
No entanto, os supermercados não podem mais contar apenas com uma excelente experiência na loja para obter sucesso. As compras online de alimentos aumentaram durante a pandemia, passando de 52% de todos os compradores de alimentos em 2020 para 64% em 2021, segundo a FMI (The Food Industry Association). O que começou por necessidade tornou-se habitual; embora a porcentagem tenha caído um pouco em 2023, subiu para 67% em 2024.
Muitos elementos da operação de supermercados devem funcionar em harmonia para que as compras digitais de alimentos sejam bem-sucedidas, incluindo sofisticados sistemas de gerenciamento de pedidos e inventário em tempo real, além de métodos eficientes de separação, embalagem e entrega dos pedidos aos clientes, seja em casa ou no estacionamento da loja.
Melhorias na experiência do cliente
Os supermercados podem melhorar suas experiências móveis e de pesquisa: dois terços dos pedidos de alimentos online são feitos em dispositivos móveis, e a maioria (56%) usa a função de pesquisa para adicionar itens aos seus carrinhos, de acordo com a firma de pesquisa de mercado 84.51˚.
A melhoria no omnichannel é fundamental para atrair o que a ChangeUp chama de “usuários poderosos”, os 47% dos compradores que dominam tanto os ambientes online quanto os presenciais. Mais de três quartos (77%) desses usuários visitam lojas físicas semanalmente, e 40% visitam várias vezes por semana. Quase o mesmo número (72%) utiliza as visitas para grandes compras, tornando-os ainda mais valiosos para os varejistas.
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Case: Como o Albertsons está conectando compras digitais e físicas
A rede Albertsons foca tanto nos fundamentos do comércio digital quanto em aprimoramentos voltados para esses usuários poderosos. “Nos concentramos em fazer o básico com excelência”, disse Jill Pavlovich, Vice-Presidente Sênior de Experiências de Compras Digitais na Albertsons. “Os clientes esperam obter o que pediram, na hora certa e com bom custo-benefício.”
O Albertsons também reduziu a “carga cognitiva” dos clientes. Pesquisas mostraram que 60% das compras semanais das pessoas são repetidas, então agora é possível acessar pedidos anteriores ou colocar a lista de compras em piloto automático, como uma assinatura.
O aplicativo Albertsons inclui mais de 9.000 receitas que podem ser filtradas por preferências alimentares e tamanho da família, permitindo aos clientes pedir os ingredientes com um clique. Além disso, oferece um “Modo Cozinha” onde as receitas podem ser seguidas movendo as mãos para facilitar o preparo.
Devido às complexidades envolvidas, muitos varejistas terceirizam partes do comércio digital. Por exemplo, a varejista britânica Co-op utiliza a solução Store Assist da Walmart Commerce Technologies para melhorar as operações de atendimento de pedidos. O Store Assist permite gerenciar pedidos e entregas de forma centralizada, desde a retirada na loja até a entrega no domicílio.
Foco em consumidores hispânicos e asiáticos
Com margens de lucro reduzidas, os supermercados geralmente precisam apelar ao público mais amplo possível. No entanto, alguns estão investindo em nichos. A Save A Lot, por exemplo, lançou a loja Ahorra Mucho em parceria com a Leevers Supermarkets, com foco no público hispânico, oferecendo uma variedade de produtos frescos e uma padaria interna.
Supermercados temáticos asiáticos também estão em alta. A T&T Supermarkets, do Canadá, abrirá sua primeira unidade nos EUA em dezembro de 2024, oferecendo comidas de rua asiáticas feitas na hora e produtos exclusivos.
O Mercado González, lançado pela Northgate Market, é outro exemplo. Ele substituiu o formato tradicional de supermercado por “puestos” (barracas) individuais, cada um com foco cultural e culinário específico, com cozinhas abertas e assentos para os clientes. Desde sua inauguração em 2023, tornou-se a loja de melhor desempenho da rede, mostrando que um enfoque profundo na cultura mexicana pode atrair uma base de consumidores mais ampla.
Essas tendências do varejo alimentar mostram que personalizar a experiência, seja digital ou física, e adaptar o design da loja e a oferta de produtos para atender a identidades étnicas específicas são estratégias eficazes para aumentar a lealdade do cliente e expandir o mercado de nicho.
Imagem: Envato
Informações: Adam Blair para Retail Touch Points
Tradução livre: Central do Varejo