68% das mulheres empreendedoras têm acesso a crédito negado

A jornada das mulheres empreendedoras no Brasil é marcada por um ciclo de endividamento e dificuldade de acesso a crédito. Segundo uma pesquisa da Serasa em parceria com a Opinion Box, 87% das empreendedoras já tiveram ou estão com o nome negativado, e 2 em cada 3 (68%) já enfrentaram a recusa de um pedido de financiamento, criando severas barreiras para o crescimento.

Outro dado bastante chocante é que 74% das mulheres empreendedoras precisam de “bicos” para complementar a renda, segundo outro levantamento da Serasa de 2024. Este dado sugere que o rendimento do negócio muitas vezes não é suficiente, o que contribui para o cenário de alta vulnerabilidade e endividamento que atinge este grupo.

Este cenário desafiador contrasta diretamente com as aspirações que levam as mulheres a empreender, já que as entrevistadas também indicaram que a principal motivação para elas é a busca por realizar o sonho do próprio negócio, além de obter maior flexibilidade na rotina.

Falta de financiamento é principal barreira para o crescimento

O levantamento da Serasa com a Opinion Box aponta a “dificuldade em obter crédito e juntar capital inicial” como um obstáculo severo para as empreendedoras — segundo o estudo, 75% delas já precisaram recorrer a crédito para seus negócios. Nesse sentido, a falta de financiamento foi apontada por 35% das empreendedoras como a principal dificuldade para tocar a empresa.

Essa restrição ao crédito impede não apenas a sobrevivência no mercado em momentos de dificuldade, mas principalmente sua capacidade de investir, inovar e crescer, limitando o potencial de negócios que poderiam gerar mais empregos e renda.

Além dos desafios financeiros diretos, a sobrecarga doméstica dificulta o sucesso de 73% das empreendedoras, que concordam que o trabalho não remunerado dificulta o desenvolvimento de seus negócios. A “dupla jornada” consome tempo e energia que poderiam ser investidos na gestão, no planejamento estratégico, na busca por novos clientes ou na capacitação, o que, indiretamente, pode agravar as dificuldades financeiras.

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