Economia
Enchentes no RS causam queda de mais de 15% no varejo local
Além disso, levantamento da Confederação Nacional dos Municípios aponta prejuízo quase bilionário
As recentes enchentes que assolam o estado do Rio Grande do Sul não apenas deixaram um rastro de destruição e tragédia, mas também tiveram um impacto considerável na economia local.
De acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), as vendas do varejo no estado sofreram uma queda de 15,7% durante o período entre terça-feira (30 de abril) e domingo (5), em comparação com o mesmo intervalo de tempo do ano anterior.
O levantamento da Cielo mostrou que 397 dos 497 municípios do estado do Rio Grande do Sul sofreram algum tipo de impacto das enchentes. Os números da Defesa Civil são alarmantes: 90 mortos, 131 desaparecidos, 362 feridos e quase 1,4 milhão de pessoas afetadas, das quais 156 mil estão desalojadas.
Os efeitos desastrosos das enchentes se refletiram diretamente no setor do varejo, especialmente nos segmentos de vestuário e alimentação (bares e restaurantes), com quedas no faturamento de 49,5% e 37,8%, respectivamente. Outros setores também sofreram impactos, como móveis, eletro e departamento (-37,0%), materiais para construção (-36,2%) e drogarias e farmácias (-24,9%).
Nem todos os setores foram afetados negativamente, no entanto. Os postos de combustível registraram um aumento de 33,9% no faturamento, enquanto os supermercados e hipermercados também experimentaram um crescimento de 14,6%. “O receio do desabastecimento e a incerteza da população levaram a uma grande procura de produtos de primeira necessidade e combustíveis”, comentou Estanislau Bassols, presidente da Cielo.
Porto Alegre foi um dos pontos com maiores prejuízos
A capital do estado, Porto Alegre, que foi um dos locais mais diretamente atingidos pelas enchentes, enfrentou uma queda ainda mais acentuada no desempenho do varejo, com uma redução de 17,4%.
Apesar dos desafios, os setores de postos de gasolina e supermercados e hipermercados em Porto Alegre registraram crescimento de 48,4% e 28,0%, respectivamente. “Os números de Porto Alegre são ainda mais emblemáticos pois a capital foi totalmente afetada pela catástrofe. O cálculo do estado como um todo, ainda que também seja alarmante, envolve cerca de 130 cidades que não foram afetadas diretamente pelas enchentes”, afirmou Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo.
Além das consequências humanas e comerciais das enchentes que impactaram o estado do Rio Grande do Sul, um levantamento preliminar da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revela a extensão dos danos financeiros causados pelo desastre natural. Desde 29 de abril, as tempestades que atingiram a região geraram prejuízos financeiros estimados em R$ 967,2 milhões.
Como ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul?
A Central do Varejo se solidariza com as famílias impactadas pelas enchentes. Se você deseja contribuir com as vítimas, veja abaixo algumas formas de doar:
SOS Rio Grande do Sul
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul reativou o canal de doação SOS Rio Grande do Sul. Utilize o Pix com o CNPJ 92.958.800/0001-38. O valor arrecadado será destinado a ações humanitárias e à reconstrução do estado.
Prefeitura de Porto Alegre
A Prefeitura da capital gaúcha disponibilizou um Pix exclusivo para doações às vítimas, com o CNPJ 92.963.560/0001-60. Além disso, pontos de coleta estão distribuídos pela cidade.
Vakinha
Maior site de vaquinhas e financiamento coletivo do Brasil, o Vakinha também disponibilizou uma chave Pix em parceria com o Pretinho Básico, programa de rádio transmitido no Rio Grande do Sul, e o humorista Badin, o Colono. Para doar, a chave é enchentes@vakinha.com.br.
Correios
A partir da última segunda (6), as agências dos Correios em São Paulo, Paraná e em algumas cidades do Rio Grande do Sul estão recebendo doações, as quais serão transportadas de forma gratuita para o estado afetado. Itens como água potável, alimentos da cesta básica, produtos de higiene pessoal e roupas são bem-vindos.
Além dessas iniciativas, diversas ONGs, artistas e instituições estão mobilizando esforços para auxiliar as vítimas desta calamidade.
Imagem: Gustavo Mansur/Palácio Piratini