BuzzFeed vai lançar nova plataforma de mídia social projetada para espalhar ‘alegria’

BuzzFeed, o site de mídia conhecido por suas notícias de celebridades e quizzes, anunciou que está desenvolvendo sua própria plataforma de mídia social como uma forma de combater a negatividade atual na internet. O Semafor foi o primeiro a relatar o plano da BuzzFeed para a plataforma na última semana. Detalhes sobre a nova plataforma ainda não foram divulgados. No entanto, a empresa explica que ela se concentrará em contar histórias interativas e novos formatos de conteúdo.

Quando questionada, a BuzzFeed se recusou a esclarecer se a “plataforma” funcionará na web, em aplicativos móveis, aplicativos nativos ou em todas as opções.

Ferramentas de IA terão um papel importante, com o objetivo de incentivar a “autoexpressão” e a “conexão”, afirmou a empresa. Embora a plataforma seja curada por humanos, ela será construída com base em LLMs existentes, usados para fins específicos de “criação”.

A própria BuzzFeed já incorpora a tecnologia da OpenAI em seus quizzes e jogos.

Ainda não foi anunciada uma data de lançamento, mas o nome oficial da plataforma será BFisland.

Os usuários agora podem se inscrever na lista de espera. A BuzzFeed testará com usuários selecionados para focar no desenvolvimento de um produto final com base no feedback deles.

Manifesto da BuzzFeed para uma internet melhor

Em meio à disseminação desenfreada de desinformação e ao vício dos usuários no “doomscrolling” em plataformas de mídia social convencionais, a nova plataforma da BuzzFeed pretende servir como um refúgio da atual escuridão movida por algoritmos.

“Estou cansado de dar conselhos às empresas de plataformas sobre como consertar a internet, se queremos que isso seja feito corretamente, temos que fazer isso nós mesmos”, escreve o fundador e CEO Jonah Peretti em um novo manifesto, publicado na terça-feira como parte do anúncio.

No manifesto, Peretti critica grandes empresas de tecnologia como TikTok e Meta por negligenciarem o bem-estar dos usuários, priorizando um algoritmo “viciante” e movido por IA em vez da curadoria humana. Ele argumenta que esses aplicativos manipulam o comportamento do consumidor para seu próprio lucro, e não para o benefício dos usuários.

No entanto, Peretti diz que a nova plataforma de mídia social da BuzzFeed usará IA “para dar aos usuários autonomia, em vez de roubar sua autonomia”. (Não está claro o que isso significa.)

“Nós fazemos o ‘doomscrolling’ por você, para que você possa acompanhar as maiores tendências, encontrar as pérolas escondidas e estar por dentro sem perder tempo e arriscar sua saúde mental. Também vamos combater a raiva e o medo com um senso de humor, rindo das tolices e ridicularidades das pessoas mais poderosas”, escreve Peretti. “Vamos combater o aumento da manipulação e desinformação falando com nosso público diverso de maneiras que outras instituições, mídias e plataformas claramente não farão.”

Desde sua criação, a BuzzFeed construiu uma audiência ao entregar conteúdo leve, como histórias de celebridades, quizzes divertidos e vídeos virais que ressoam com muitos usuários.

As tentativas da empresa de utilizar esse conteúdo para sustentar outros empreendimentos, como o BuzzFeed News, não deram certo. Este último foi encerrado em 2023, em um momento em que o grupo de mídia havia perdido a maior parte de seu valor.

A BuzzFeed não é a primeira a tentar abordar os aspectos negativos das redes sociais. Muitos aplicativos — como Communia, Daylyy, Weare8 e outros — continuam a surgir, cada um afirmando seu compromisso com a restauração de uma atmosfera positiva no zeitgeist digital.

A realidade é que as redes sociais alimentam a negatividade. Seria necessário um esforço coletivo em todas as plataformas sociais para alcançar tal transformação, se isso for possível.

Imagem: Envato
Informações: Lauren Forristal para TechCrunch
Tradução livre: Central do Varejo