Operação
Rappi lança plano para dobrar número de restaurantes parceiros no Brasil

O Rappi iniciou na segunda-feira (5) um plano de ação para ampliar sua atuação no mercado brasileiro. A meta da empresa é dobrar sua base de restaurantes parceiros até o fim de 2025, passando de 30 mil para 60 mil estabelecimentos. A iniciativa foi anunciada em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), durante coletiva de imprensa realizada em São Paulo.
Como parte da estratégia, os novos restaurantes que aderirem ao programa não pagarão taxas de intermediação nem taxas de entregador durante três anos. A única cobrança será a taxa de adquirência, fixada em 3,5% sobre o valor total do pedido. De acordo com Felipe Criniti, CEO do Rappi Brasil, os restaurantes que participarem do plano devem, em contrapartida, oferecer ofertas exclusivas no aplicativo.
Criniti explicou que, atualmente, a composição de taxas no mercado de delivery pode variar de 10% a 15% na modalidade marketplace, e chegar a 35% em serviços full service. Segundo ele, a média do Rappi é de 17%. “Uma compra de R$ 100 custava R$ 17 para o restaurante. Ele recebia R$ 83. No mercado, essa taxa de venda custava R$ 35 para o restaurante. Ele recebia R$ 65. Com a nova proposta do Rappi, o restaurante paga somente R$ 3,5 e recebe R$ 96,50. Então, a margem sobe e temos perspectiva de crescimento e aumento de volume”, afirmou.
Os novos estabelecimentos interessados já podem aderir ao plano. Já os restaurantes já cadastrados na plataforma terão até junho para migrar para o novo modelo. A empresa projeta atrair 30 mil novos restaurantes com essa ação.
O plano está sustentado por um investimento previsto de R$ 1,4 bilhão nos próximos três anos. Do total, 40% serão destinados à vertical de restaurantes, 22% ao Rappi Turbo, e o restante às demais verticais e à melhoria da operação. A meta é triplicar o tamanho da operação no Brasil ao final do período.
A companhia também pretende atrair estabelecimentos que hoje operam com entregas próprias ou utilizam ferramentas como o WhatsApp. “O WhatsApp é um mercado de 130 milhões de deliveries. É maior do que qualquer outra plataforma. Mas ainda é muito manual. A proposta do Rappi para o pequeno e médio restaurante é oferecer uma plataforma realmente tecnológica, com toda essa gestão e conexão”, disse Criniti.
Além da expansão da base de restaurantes, o plano prevê a escolha de uma ou mais celebridades para atuar como embaixadores da marca em campanhas publicitárias. “Queremos realmente comunicar isso da forma certa. Não adianta termos uma mega oferta, todos os restaurantes dentro, um sortimento excelente, com melhores preços, se não soubermos comunicar”, afirmou o CEO. Os nomes dos embaixadores ainda não foram divulgados, e não há data definida para o início das campanhas.
A empresa também anunciou um pacote de benefícios para entregadores, que contará com taxas superiores às das concorrentes, segundo o executivo. Na semana passada, o iFood anunciou reajuste nas taxas para entregadores. A partir de 1º de junho, entregadores que atuam com bicicleta receberão R$ 7 por entrega, enquanto os que usam moto ou carro receberão R$ 7,50 — anteriormente, o valor era R$ 6,50.
O anúncio do Rappi ocorre num momento de aquecimento do segmento de entregas. A 99 anunciou recentemente o relançamento da plataforma 99Food, com investimento de R$ 1 bilhão, enquanto a gigante chinesa Meituan prepara sua vinda ao Brasil para o fim do ano.
O lançamento do plano do Rappi foi realizado durante evento promovido pela Abrasel, que também apresentou medidas de apoio de empresas como Ambev, Coca-Cola, Google e Stone ao setor de alimentação fora do lar, como parte do Plano de Restauração do Setor.
Imagem: Divulgação