Shiseido aposta em IA e medicina estética para revolucionar a beleza

A Shiseido está combinando cada vez mais cuidados com a pele e medicina estética para atender à crescente demanda por produtos de beleza com alta tecnologia.

“Hoje, muitos consumidores incluem a beleza estética ou a beleza da medicina como parte do cuidado com a pele”, contou Emi Watanabe, vice-presidente global de desenvolvimento de produtos da Shiseido ao portal Retail Asia. “As fronteiras entre produtos cosméticos e medicina da beleza se tornaram indefinidas.”

A maior empresa de cosméticos do Japão — e uma das mais antigas do mundo — está aproveitando novas tecnologias, especialmente a inteligência artificial (IA), para aprimorar o desenvolvimento de produtos, à medida que os consumidores esperam resultados mais eficazes, afirmou Yuko Ameno, diretora de desenvolvimento de produtos da Shiseido, na mesma entrevista via Zoom.

No ano passado, a empresa lançou sua plataforma proprietária de IA chamada Voyager, cujo algoritmo analisa fatores como ingredientes e proporções de mistura, destacou Ameno.

Outro avanço importante é a tecnologia Digital 3D Skin da Shiseido, desenvolvida com cirurgiões plásticos e a Universidade Médica de Jichi, em Shimotsuke, Japão. Essa ferramenta alimentada por IA permite à empresa estudar a estrutura interna da pele com altíssimo nível de detalhe e de forma não invasiva.

A empresa também está ampliando seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) na Ásia, com foco em mercados emergentes, onde a demanda por sustentabilidade, cuidados com a pele avançados e beleza holística está transformando o setor.

“A Ásia é uma região muito diversa, e temos nos concentrado em países onde somos fortes, como Taiwan e Tailândia”, disse Watanabe. “No entanto, queremos expandir ainda mais em mercados emergentes na Ásia.”

A Shiseido registrou um prejuízo de US$ 63,7 milhões (¥9,3 bilhões) no último ano, em comparação com um lucro de US$ 165,6 milhões (¥24,2 bilhões) no ano anterior, segundo dados financeiros consolidados publicados no site da empresa.

A receita líquida da operação Ásia-Pacífico da empresa (excluindo Japão e China) subiu 6,5%, totalizando US$ 490,9 milhões (¥71,7 bilhões).

A Shiseido opera três centros de pesquisa na Ásia — dois na China e um em Singapura — que se concentram em testes de produtos, eficácia e colaborações com dermatologistas e universidades.

Segundo Watanabe, a empresa conta com mais de 1.000 pesquisadores ao redor do mundo, que trabalham em conjunto com outros centros de pesquisa, universidades, dermatologistas e especialistas em beleza.

A Shiseido também utiliza embalagens e ingredientes sustentáveis.

“A escolha dos produtos está sendo feita com base nos objetivos de desenvolvimento sustentável”, disse Watanabe. “Desenvolver ingredientes para embalagens sustentáveis ou metodologias de fabricação sustentáveis é um desafio para a indústria cosmética.”

A transparência dos ingredientes também se tornou essencial. “A Shiseido atende a essa demanda oferecendo informações claras e detalhadas sobre seus ingredientes e formulações”, afirmou Ameno.

Em 2024, a Shiseido ganhou participação de mercado na Ásia com produtos como a base RevitalEssence Skin Glow Foundation, que combina a tecnologia Serum First Technology™, niacinamida e extratos de kefir — e se tornou um best-seller no Japão e na Coreia.

A empresa também relançou sua linha Vital Perfection com novas fórmulas e embalagens, e atualizou a linha Future Solution LX com design inspirado nos têxteis Nishijin, de Kyoto.

O lançamento mais recente da empresa é o Ultimune Power Infusing Serum, descrito como “o soro definitivo de cuidado antienvelhecimento”, baseado em pesquisas sobre células T de memória, segundo Watanabe.

A Shiseido também lançou a campanha “Friends of Shiseido”, com celebridades da Tailândia, Coreia, Taiwan e Índia para reforçar sua presença na região.

Imagem: Envato
Informações: Retail Asia
Tradução livre: Central do Varejo