Economia

Fluxo de visitantes em lojas físicas cresce 0,2% em julho

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vendas de fim de ano; shoppings; aluguel

O varejo brasileiro apresentou crescimento de 0,2% no movimento de visitantes em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados do Índice de Intenção de Compra no Varejo – IICV Seed. O resultado reverte a forte retração registrada em junho (−7,5%), apesar do resultado modesto, sugerindo uma retomada no ritmo do varejo físico.

Entre as regiões do Brasil, o Sudeste teve avanço de 4,1% frente ao mesmo período de 2024, impulsionada pelas baixas temperaturas recentes, que beneficiaram destinos serranos e do interior em detrimento ao litoral, reforçando a sazonalidade do período. Outra região que apresentou crescimento no fluxo de visitantes em lojas foi Centro-Oeste, com leve alta de 1,1%, sustentada pelas capitais.

Na outra ponta, a Região Sul voltou a registrar retração significativa, com queda de −6,6%. O mês começou com mais de 70 cidades do Rio Grande do Sul registrando temperaturas negativas. Embora o frio tenha sido seco (sem chuvas expressivas), a rigidez térmica reduziu a mobilidade urbana e, consequentemente, o consumo presencial. Norte e Nordeste também registraram queda de fluxo em lojas, com -4,1% e -2,7%, respectivamente.

Lojas de rua e de shopping

Em julho, o IICV Seed captou uma mudança no comportamento do consumidor: as lojas de rua cresceram +1,1% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, enquanto as lojas em shoppings recuaram em torno de -0,7%. Esse resultado vai na contramão da expectativa clássica de que o clima adverso favorece as lojas localizadas em shoppings cobertos.

Segundo semestre

No segundo trimestre do ano, o Brasil registrou a menor taxa de desemprego da história: 5,8%, segundo o IBGE. Na prática, isso significa um cenário próximo ao chamado pleno emprego.

Segundo Sidnei Raulino, CEO da Seed Digital, para o varejo físico, que depende da circulação de renda do consumidor, esse contexto cria uma série de oportunidades, mas também a necessidade de uma gestão inteligente. “Quem equilibrar preços competitivos com experiência diferenciada terá condições de transformar esse cenário histórico em resultados consistentes”, ressalta.

Um maior número de pessoas empregadas impulsiona o consumo, aumentando a renda disponível e o poder de compra da população. Esse cenário fortalece o comércio, pois a confiança do consumidor em relação à estabilidade financeira o leva a realizar mais compras, tanto no dia a dia quanto em datas sazonais, como Dia das Crianças, Black Friday e Natal, por exemplo.

Por outro lado, complementa Raulino, pode haver alguns desafios. “Primeiro, a pressão sobre custos operacionais, uma vez que o mercado de trabalho aquecido significa salários mais altos para atrair e reter funcionários; Na esteira deste ponto tem a questão da escassez de mão de obra, o que torna mais difícil contratar e gera consequência no aumento de rotatividade. Por fim, a competição mais intensa por clientes, que seguem atentos a preços e condições, além da concorrência com o e-commerce”, afirma o CEO da Seed Digital.

Imagem: Envato

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