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Supply chain de classe mundial: a estratégia da Best Buy apresentada na NRF Europe

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No segundo dia da NRF Europe, o painel “Delivering a world class supply chain through agility, ability and AI” trouxe a experiência da Best Buy, uma das maiores varejistas de eletrônicos dos Estados Unidos, que faturou US$ 42 bilhões em 2024. Em conversa com Jill Dvorak, vice-presidente sênior de Conteúdo da NRF, o Chief Supply Chain Officer da Best Buy, Mark Irvin, apresentou as iniciativas da empresa para tornar sua cadeia de suprimentos mais ágil, eficiente e sustentável.

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Cultura e talentos como base do negócio

Irvin destacou a força da cultura da Best Buy, onde muitos colaboradores têm mais de 20 anos de casa. Ele próprio foi Chief Talent and Belonging Officer antes de assumir a cadeia de suprimentos, liderando políticas de inclusão e diversidade com foco em comportamentos como vulnerabilidade, empatia, coragem e “graça”: a capacidade de errar, aprender e ser apoiado pela equipe.

A companhia também revisou descrições de cargos para eliminar exigências de diplomas universitários, priorizando paixão e conhecimento em tecnologia. “Queríamos garantir que não estávamos fechando portas para ninguém”, disse Irvin.

A construção de uma cadeia ágil

Segundo o executivo, a Best Buy estruturou sua estratégia de supply chain em torno de três pilares:

  • Uso intensivo de dados e IA: criação de um gêmeo digital da rede para simulação de cenários e otimização de estoques, além de um modelo de data-driven sourcing, que ele chama de “IA adolescente”, capaz de apoiar decisões sobre nós de distribuição, performance de transportadoras e custo total de entrega.
  • Parcerias estratégicas: colaboração com diferentes players em todas as etapas (first, middle e last mile). A mais recente foi a ampliação da parceria com a FedEx, que se tornou o parceiro único para entregas de encomendas nos EUA.
  • Velocidade de atendimento: 60% das compras online são entregues em até um dia, incluindo finais de semana.

Sustentabilidade como diferencial

Irvin ressaltou que a sustentabilidade está no DNA da Best Buy. Desde 2009, a empresa já coletou 3 bilhões de toneladas de eletrônicos e eletrodomésticos usados para reciclagem, reuso e recondicionamento. A companhia também se comprometeu a ter todos os seus centros de distribuição com certificação de “true zero waste”, garantindo que mais de 90% dos resíduos não sejam destinados a aterros.

Lojas como parte do ecossistema

Para Irvin, o supply chain deve servir de suporte à experiência em loja. A Best Buy busca equilíbrio para que suas unidades físicas não sejam sobrecarregadas como centros de distribuição, garantindo que vendedores e técnicos da Geek Squad possam focar no atendimento e na consultoria tecnológica ao consumidor.

A empresa também anunciou parcerias como a integração com a Ikea, que passará a oferecer consultoria em design de interiores dentro das lojas Best Buy, combinando móveis e soluções tecnológicas. Além disso, lançou um marketplace próprio, ampliando o sortimento de produtos disponíveis online, mas com a garantia de entregas rápidas e política de devoluções da varejista.

O futuro da supply chain

Encerrando sua participação, Irvin ressaltou a importância de manter uma postura de “aprendiz e futurista”. Ele defendeu que os líderes de supply chain devem criar parcerias com empresas de diferentes setores para aprender e compartilhar experiências, preparando suas operações para o futuro da IA e da automação. “A pergunta que cada executivo deve fazer ao voltar para sua empresa é: com quem estamos aprendendo e de quem estamos nos aproximando?”, concluiu.

Imagens: José Fugice

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