Consumo no varejo alimentar desacelera em outubro

O consumo no varejo alimentar registrou desaceleração em outubro. Segundo dados do Radar Scanntech, as vendas caíram -3,6%, influenciadas por uma alta de 5% nos preços e pela redução de -2,6% no fluxo de consumidores nas lojas em comparação com o mesmo período do ano anterior.

De acordo com o levantamento, dois segmentos responderam por 90% da retração no volume de unidades vendidas: itens relacionados ao calor, principalmente bebidas, e produtos de indulgência, como chocolates, biscoitos, balas, pirulitos e snacks. Desse total, 55% da queda veio da cesta de bebidas e 20% dos produtos de indulgência.

As categorias de bebidas foram afetadas pelo menor calor no período. As temperaturas ficaram 0,4°C abaixo das registradas em outubro de 2024. Cerveja e refrigerantes, responsáveis por 76% do volume total de bebidas, tiveram retração de -16,3% e -4,3%, respectivamente. O levantamento aponta ainda que o aumento de casos de intoxicação por metanol, especialmente na Região Metropolitana de São Paulo, reduziu as vendas de gin, vodca e uísque em até 40% na última semana de outubro. Em nível nacional, a queda média foi de 26% no consumo desses destilados.

Os itens de indulgência também contribuíram para o desempenho negativo do varejo alimentar, representando 20% da retração nas vendas do mês. O chocolate teve a maior queda, de -10,6%, seguido por biscoitos (-6,4%), balas e pirulitos (-4,1%) e snacks (-2,2%). Em relação aos preços, o chocolate apresentou o maior aumento, ficando 18,6% mais caro no período.

Segundo Felipe Passarelli, Head de Inteligência de Mercados da Scanntech, “neste ano, temos observado no varejo alimentar como a dinâmica do comportamento do consumidor pode impactar diretamente a performance do setor. Esse cenário exige que os varejistas estejam cada vez mais preparados e atentos para adaptarem suas estratégias e mix aos novos estilos de vida e às demandas do shopper moderno. Um exemplo claro dessa transformação é a relação entre produtos funcionais e indulgentes. O consumo de itens com benefícios, funcionais, como os proteicos, vem crescendo, mas ainda mantém forte conexão com os sabores de indulgência, como doce de leite e chocolate, mostrando que o consumidor busca sabores prazerosos que também tragam benefícios à rotina”.

Na análise regional, todas as regiões registraram queda no número de unidades vendidas. Os recuos mais intensos ocorreram no Norte (-6,4%) e no Sul (-4,3%).

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