NRF2026
Central do Varejo Day: o encontro que transforma tendências da NRF em ações práticas

Realizado tradicionalmente ao final da missão da NRF, o Central do Varejo Day 2025 reuniu executivos, especialistas e parceiros para sintetizar os principais aprendizados do Big Show e traduzi-los em ações práticas para o mercado brasileiro.
O encontro ocorreu na Columbia University, em Nova York, com uma programação que combinou visão estratégica, cases reais e debates sobre as transformações do setor: da inteligência artificial ao varejo híbrido, da economia da atenção ao loyalty, da eficiência operacional à diferenciação por experiência.
O que é o Central do Varejo Day e por que existe
Criado para transformar conteúdo em execução, o Central do Varejo Day funciona como uma “ponte” entre o que foi visto nos palcos e na feira da NRF e as prioridades de gestão para o primeiro trimestre do ano. Seu objetivo é consolidar tendências, alinhar times e acelerar decisões, aproximando executivos brasileiros de temas, ferramentas e parceiros que podem gerar impacto imediato.
Panorama estratégico: o varejo entre eficiência e diferenciação
Na abertura, Daniel Zanco, sócio-fundador da Central do Varejo, apresentou um panorama das forças que impulsionam o setor: inovação tecnológica, novos comportamentos de consumo, transformação econômica e urgência climática. Segundo ele, IA, omnichannel, big data e digitalização dos pagamentos estão reformulando operações e modelos de negócio. “A tecnologia está mudando a forma como fazemos negócios, mas só faz sentido se se traduzir em valor e resultados concretos”, afirmou.
Zanco destacou caminhos estratégicos de eficiência ou diferenciação:
- Eficiência: preço competitivo, agilidade e conveniência, sustentados por escala e excelência operacional. “Quem joga esse jogo precisa ser impecável… e contar com escala para competir com gigantes como Amazon e Walmart”, disse.
- Diferenciação: experiências personalizadas, propostas únicas e conexão emocional com o cliente. Skims e Hugo Boss foram citadas como referências.
A IA apareceu como alavanca para ambos os caminhos:
- Eficiência: planejamento de compras, gestão de estoques, escalas, roteirização.
- Diferenciação: personalização de produto e conteúdo, automação de marketing, experiências imersivas.
Cases como gêmeos digitais da Lowe’s para testar layouts e personalização no Starbucks ilustraram como dados e algoritmos criam valor mensurável. Zanco também reforçou o papel de comunidades e influências locais (de grupos de corrida da Nike à diversidade de corpos e tons da Skims) para escalar engajamento autêntico. “As marcas que entendem o poder das comunidades conseguem resultados impressionantes”, disse.

Velocidade, escala e retail media: lições da AWS
Um dos convidados internacionais do dia, Justin Honaman, Head Global de Varejo e Bens de Consumo da AWS, tratou de velocidade e escala como fundamentos competitivos. Ele citou indicadores da Amazon (28% das compras concluídas em menos de 3 minutos e entregas recordes) para mostrar como logística, dados e IA sustentam eficiência e experiência.
Honaman detalhou aplicações de IA generativa (resumo automático de reviews, criação ágil de anúncios), busca por imagem, prova virtual e checkout sem fricção (“Just Walk Out”) como exemplos de tecnologia que reduz custos e eleva satisfação. Também abordou o crescimento do retail media, que “abre novas receitas para varejistas e dá às marcas acesso direto ao consumidor”. No back-end, defendeu composable commerce para acelerar integrações e adaptar-se rapidamente ao mercado. Sua mensagem final: parcerias tecnológicas e automação devem ser prioridades estratégicas. “A tecnologia não é apenas um assunto de TI. Ela está no coração das estratégias de negócios”.

Varejo híbrido: tecnologia com toque humano
Em seguida, Elói Assis (TOTVS) discutiu a equação do varejo híbrido: eliminar atritos (self-checkout, self-return), personalizar e imergir (Wanna Kicks, app 3D da Leroy Merlin), empoderar vendedores (C&A via WhatsApp, já respondendo por 50% do online). Com Gen Z e Alpha e a ascensão do TikTok, cases como Cimed + Fini evidenciam a força da creator economy. Assis reforçou: dados bem estruturados são condição para que a IA entregue valor, e que lojas físicas sigam como espaços de convivência (slow retail, cafés e hubs de comunidade).

A nova jornada do consumidor: social, dados e loyalty
O painel “A nova jornada do consumidor: redes sociais e loyalty” reuniu Gabriela Comazzetto (TikTok), Silvia Somazz (Google Cloud), Viviane de Castro (Animale) e Maria Costa (Shift4), com mediação de José Fugice (Central do Varejo).
- TikTok (Gabriela): plataforma de descoberta cultural e de consumo. “Não faça anúncios, faça TikToks.” Autenticidade e comunidades no centro.
- Google Cloud (Silvia): dados e personalização para antecipar demanda; o desafio é planejamento e base de dados sólida.
- Shift4 (Maria): loyalty além de pontos: pertencimento e assinatura para relacionamento contínuo.
- Animale (Viviane): luxo com experiências emocionais na loja física; hospitalidade e atendimento como diferenciais.
Conclusão do painel: personalização, empatia algorítmica e omnicanalidade como pilares da retenção. “A tecnologia deve amplificar a relação; a essência do varejo continua sendo as pessoas”, resumiu Gabriela.

Liderança feminina, cultura digital e execução
No painel com Ariane Diniz (Óticas Diniz), Cristina Franco (ABF) e Andrea Menezes (Marisa), mediado por Elói Assis, a tônica foi execução com foco no cliente:
- IA como novo paradigma (Cristina): impacto comparável ao surgimento da internet; reconfiguração das lojas e formação continuada.
- Estratégia antes de tecnologia (Andrea): “Nobody cares if you use AI”; o que importa é resultado ao consumidor, e parcerias certas para acelerar.
- Cultura e capacitação (Ariane): digital na ponta exige treinamento e mudança cultural em redes amplas.
- Dados como “petróleo refinado” (Assis): organizar, integrar e dar propósito às informações existentes.

Consumer Emotions 2027: a lente da WGSN
Na keynote de encerramento, Cassandra Napoli (WGSN) apresentou uma prévia do Consumer Emotions 2027. Destaques:
- 86% dos consumidores atribuem alta relevância a pelo menos uma necessidade emocional nas decisões de compra; 49% preferem marcas que proporcionam alegria.
- A metodologia STEPIC organiza tendências por sociedade, tecnologia, meio ambiente, política, indústria e criatividade, com ênfase em emoções como Strategic Joy e Resilient Adaptation.
- Conceito de feel appeal: sensorialidade e emoção no centro do design; fadiga digital acelera o “ping minimalism” e a busca por descanso intencional.
- Sustentabilidade com underconsumption core (prolongar vida útil, reparar, reutilizar) e ecosomatics (conexão corpo-ambiente).
Mensagem final: emoções são diretrizes estratégicas; marcas precisam projetar produtos e experiências que façam as pessoas se sentirem melhor, não apenas funcionarem melhor.
O que vem em 2026
Para 2026, a Central do Varejo amplia a proposta do Day com trilhas temáticas conectadas ao “The Next Now”, integração ao novo AI Stage da NRF, e walking tours customizados em parceria com a WGSN, priorizando operações referência em IA aplicada, varejo híbrido, sustentabilidade e community-led growth. A curadoria seguirá orientada a decisões de curto prazo, mantendo o foco em resultados mensuráveis.
Participe da delegação Central do Varejo na NRF 2026
Viva a NRF com conteúdo, contexto e aplicação prática, da feira às ruas de Nova York, encerrando com o Central do Varejo Day para transformar aprendizados em plano de ação. Garanta sua vaga na delegação da Central do Varejo para a NRF 2026 e comece o ano com estratégia, networking e experiências que aceleram o seu negócio!

Imagens: Central do Varejo