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Como as etiquetas digitais de preços podem mudar o futuro das compras em supermercados

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As etiquetas eletrônicas de prateleira (telas digitais que exibem o preço de um item) estão substituindo as tradicionais etiquetas de papel em supermercados nos Estados Unidos.

A tecnologia já pode ser encontrada em redes como Whole Foods, Amazon Fresh e Kroger, além de lojas no Canadá, Europa, Ásia e outras regiões. A expectativa é que essas etiquetas se tornem cada vez mais comuns: o mercado global para esse tipo de produto foi estimado em US$ 1,85 bilhão em 2024 e deve alcançar US$ 7,54 bilhões até 2033, segundo levantamento da Grand View Research.

“É definitivamente um setor que está projetando um crescimento expressivo de dois dígitos ano após ano no futuro previsível”, disse Cullen Hendrix, pesquisador sênior do Peterson Institute for International Economics.

O Walmart, maior varejista dos EUA, afirmou que pretende implementar etiquetas eletrônicas de prateleira em 2.300 lojas até 2026. Segundo a empresa, a tecnologia permite que funcionários atualizem os preços via aplicativo móvel, reduzindo um processo que normalmente leva dois dias para apenas alguns minutos.

“O único impedimento para a velocidade com que os preços podem ser alterados neste momento é o tempo que o ser humano leva para decidir mudar os preços”, afirmou Hendrix.

No entanto, alguns legisladores temem que as etiquetas digitais permitam que supermercados aumentem os preços em períodos de alta demanda.

“As etiquetas digitais de preços podem permitir que a Kroger e outras redes de supermercados adotem o ‘preço dinâmico’, em que o valor de produtos básicos poderia subir de acordo com o horário do dia, as condições climáticas ou outros eventos transitórios — permitindo que as lojas calibrem aumentos para extrair o máximo de lucro”, escreveram em agosto de 2024 a senadora Elizabeth Warren (D-Mass.) e o então senador Bob Casey (D-Pa.) em carta enviada ao então presidente e CEO da Kroger, Rodney McMullen.

“Para deixar claro, a Kroger não adota e nunca adotou ‘preço dinâmico’”, respondeu a empresa em carta. “[As etiquetas] nos fornecem dados operacionais para gerir melhor o estoque. Esses insights permitem identificar oportunidades de reduzir preços em itens perecíveis, sazonais ou que precisem girar mais rapidamente, incluindo produtos essenciais.”

Segundo estudo da Rady School of Management, da Universidade da Califórnia em San Diego, o preço dinâmico pode reduzir o desperdício de alimentos em até 21%. A pesquisa foi revisada pela última vez em dezembro de 2023.

Ioannis Stamatopoulos, professor associado da Universidade do Texas em Austin e autor de outro estudo sobre o tema publicado em junho, afirmou que “os fatos mostram que atualmente não há ocorrência de preço dinâmico”.

“A economia básica do varejo alimentar é que as empresas querem atrair e reter clientes”, disse Stamatopoulos. “É um contrassenso arriscar desagradar o consumidor para ganhar alguns centavos extras em um sorvete porque está calor lá fora.”

A Amazon declarou que “não tem planos de utilizar preço dinâmico ou por demanda”. Já a Whole Foods, controlada pela Amazon, não quis comentar.

Imagem: Reprodução/Modern Retail
Informações: Macklin Fishman para CNBC
Tradução livre: Central do Varejo

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