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Consumidores chineses adotam consumo cauteloso em meio à desaceleração econômica

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O mercado consumidor da China entrou em uma nova fase, marcada por um crescimento mais lento (de um dígito) e por um comportamento de consumo mais cauteloso, segundo uma nova pesquisa da consultoria McKinsey & Company. O levantamento, que ouviu mais de 17 mil consumidores, revelou que, embora o sentimento geral permaneça misto, os chineses estão se adaptando a um ambiente econômico mais estável, porém contido. O consumo está sendo impulsionado cada vez mais por renda e ativos do que por otimismo.

O PIB da China cresceu cerca de 5% em 2024 e no início de 2025. A expectativa é que o crescimento anual do consumo atinja 2,3% em 2025, patamar próximo aos 2,4% registrados em 2024. A urbanização segue como motor de crescimento estrutural, com a taxa urbana passando de 65,2% em 2022 para 67% em 2024.

Os consumidores esperam manter a mesma proporção de consumo em relação à renda do ano anterior, sinalizando uma possível estabilização. No entanto, a expectativa de crescimento da renda caiu para 1,4% em 2025, frente aos 2,5% em 2024.

A insegurança no emprego e a queda nos valores dos imóveis continuam impactando negativamente a confiança dos consumidores. Mais de um terço dos entrevistados relatou “ansiedade em relação ao trabalho”, e quase metade dos residentes urbanos enxerga o mercado de trabalho como “desafiador”, segundo o Banco Popular da China (PBOC).

Embora a confiança geral do consumidor tenha se estabilizado, ela varia significativamente entre os segmentos. Nas áreas rurais, a confiança melhorou, impulsionada pelo crescimento mais acelerado da renda e por iniciativas governamentais de revitalização. A renda rural aumentou 6,6% em 2024, superando o avanço de 4,5% nas áreas urbanas.

Entre os idosos urbanos de alta renda, a confiança caiu 20%, principalmente devido à depreciação de ativos. Já os millennials de baixa renda das cidades de Tier 1 e Tier 2 continuam sendo os mais pessimistas, apontando insegurança no emprego e aumento no custo de vida.

Por outro lado, os consumidores das cidades de Tier 3 e os jovens urbanos da Geração Z se mantêm relativamente otimistas, mesmo diante do alto desemprego entre os mais jovens.

Os consumidores estão deixando de basear suas decisões de compra na confiança e focando mais em fatores financeiros concretos. Muitos estão priorizando a realização pessoal e a manutenção da qualidade de vida, mesmo que isso implique utilizar parte de suas economias.

Consumidores urbanos de maior poder aquisitivo planejam aumentar os gastos diários em 2,6% este ano, com foco em melhorias residenciais, automóveis e experiências. O consumo está se tornando mais intencional, com busca por valor e retorno emocional, em vez de compras aspiracionais.

O relatório aponta que as empresas precisarão ajustar suas estratégias para atender a uma demanda mais pragmática e orientada por valor. Apesar dos desafios, o mercado ainda apresenta potencial de crescimento para marcas que se alinhem às prioridades em transformação dos consumidores.

Imagem: Pexels
Informações: Retail Asia
Tradução livre: Central do Varejo

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