Operação

Dia das Crianças 2025 deve movimentar R$ 9,96 bi

Publicado

on

Crianças alegres brincando com brinquedos no chão da sala de estar no dia das crianças 2025 pix

As vendas do comércio para o Dia das Crianças 2025 devem alcançar R$ 9,96 bilhões, o que representa um crescimento de 1,1% em relação ao ano anterior, quando o total foi de R$ 9,85 bilhões. A estimativa foi divulgada na quarta-feira (1º) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Caso a previsão se confirme, será o melhor desempenho para a data comemorativa em 12 anos, ficando atrás apenas de 2014, quando o volume movimentado chegou a R$ 10,5 bilhões. Os valores são reais e já consideram a inflação do período.

O Dia das Crianças 2025 é apontado como a terceira data mais importante para o varejo nacional, atrás apenas do Natal, com expectativa de R$ 72,8 bilhões em vendas em 2024, e do Dia das Mães, com R$ 14,5 bilhões projetados para 2025.

Setores que devem liderar as vendas

Segundo a CNC, o setor de vestuário, calçados e acessórios deve concentrar a maior parte das vendas, com R$ 2,71 bilhões, equivalente a 27% do total. Em seguida aparecem eletroeletrônicos e brinquedos, com R$ 2,66 bilhões; farmácias, perfumarias e cosméticos, com R$ 2,15 bilhões; móveis e eletrodomésticos, com R$ 1,29 bilhão; hiper e supermercados, com R$ 690 milhões; e outros segmentos, que somam R$ 45 milhões.

Juros e inflação limitam crescimento

O economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, destacou que o aumento nas vendas poderia ser maior se o cenário de juros e inflação fosse mais favorável. “A inflação ainda não está onde a gente quer, e os juros, justamente por conta disso, estão também em um patamar que ninguém deseja, um patamar muito elevado. Então, a combinação desses dois fatores explica por que as vendas não vão acelerar este ano, mesmo com o mercado de trabalho tão bom”, afirmou.

Bentes acrescentou que o juro elevado encarece o crédito e reduz o consumo: “Vai parcelar o brinquedo, vai pagar o cartão de crédito? Se os juros estiverem lá em cima, o sujeito tem que colocar o pé no freio naquilo que não é considerado essencial para ele, e isso acaba prejudicando o comércio. O prejuízo acaba sendo maior para o comerciante que vende produtos financiados.”

O Comitê de Política Monetária (Copom) mantém a taxa Selic em 15% ao ano com o objetivo de conter a inflação. A variação de preços acumulada em 12 meses até agosto ficou em 5,13%, acima do teto da meta oficial, de 4,5%.

Crédito caro e inadimplência em alta

A CNC destacou que os juros elevados têm encarecido o crédito, com a taxa média ao consumidor atingindo 57,65% ao ano em julho, o maior nível para o mês desde 2017, segundo o Banco Central.

O patamar de juros também reflete no aumento da inadimplência. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o percentual de famílias com contas em atraso chegou a 30,4%, o maior desde o início da série histórica, em 2010.

A confederação também observou que, além do Dia das Crianças 2025, o comércio nacional vem registrando quatro meses consecutivos de queda nas vendas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Inflação dos produtos infantis

O levantamento mostra que os preços de produtos típicos das compras de Dia das Crianças 2025 tiveram inflação média de 8,5%, acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Entre os itens com maiores aumentos estão:

  • Chocolates: 24,7%
  • Doces: 13,9%
  • Lanches: 10,9%
  • Cinema, teatro e concertos: 10,3%

Segundo Bentes, os aumentos estão relacionados à alta de matérias-primas internacionais, como o cacau. “O chocolate tem na produção uma commodity, o cacau. Sempre que a gente tem algum choque no preço de uma commodity dessas, a gente acaba tendo uma repercussão no preço no mercado interno”, explicou.

O economista orienta que os consumidores pesquisem preços antes das compras: “Existem dezenas, talvez centenas ou milhares de marcas desse produto, vale a boa e velha pesquisa de preço.”

Por outro lado, itens de maior procura, como brinquedos (4,1%) e roupas infantis (3,3%), devem apresentar inflação menor que o índice geral, segundo a CNC.

Imagem: Envato

Continue Reading
Comente aqui

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *