Economia
Fluxo de consumidores em lojas físicas cai 3% em setembro
Segundo pesquisa do IPV, enquanto as lojas de shoppings apresentaram retração de 5%, os estabelecimentos de rua contaram com variação também de 5%, mas de alta
De acordo com dados da pesquisa Índices de Performance do Varejo (IPV), organizada pelo venture capital HiPartners Capital & Work, em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o fluxo de visitantes em lojas físicas caiu 3% em setembro de 2023 na comparação com o mesmo mês do ano passado. Enquanto as lojas de shoppings apresentaram retração de 5%, os estabelecimentos de rua contaram com crescimento de 5%. Já os shopping centers, apresentaram alta de 13% na quantidade de visitas, no mesmo período.
Em relação ao mês anterior, ambos os tipos de estabelecimento apresentaram alta: de 2% para lojistas de rua e de 3% para aqueles situados em centros de compras. Já no ano anterior, na mesma base comparativa, o resultado foi de queda: de 3% e 0,2%, respectivamente.
Menos visitas, mais vendas
Sob a ótica das vendas, a quantidade de boletos contou com alta de 7% para lojas físicas, frente ao mesmo mês do ano anterior. Para as lojas de rua, o aumento foi de 11% e para os lojistas de shoppings, 3%. Já pela visão do faturamento médio nominal, houve variação de 10% no Brasil, sendo expansão de 17% para os estabelecimentos situados na rua e diminuição de 3% para os localizados em shoppings. Isso também refletiu em uma variação no ticket médio nominal de alta geral de 3%, sendo crescimento de 6% para lojas de rua e contração de 6% para lojas de shoppings.
Dados por região
Ainda assim, a queda no fluxo de visitação em setembro de 2023 em lojas físicas (3%), contra mesmo mês de 2022, foi heterogênea entre as regiões, com Norte e Sul apresentando crescimento de 1% e 4%, respectivamente. A região com o pior desempenho foi o Nordeste, que registrou queda de 7%, seguido pelo Sudeste, com redução de 3% no fluxo.
Sobre o volume de vendas, o movimento de alta para o Brasil (7%) foi generalizado entre as regiões. O destaque positivo foi o Sudeste (9%), seguido pelo Nordeste (7%). Nenhuma região apresentou queda.
Em relação ao faturamento nominal, o Sul ficou em evidência, com alta de 16%, seguido pelo Nordeste (14%).
Quanto ao ticket médio nominal, todas as regiões apresentaram crescimento na variação contra mesmo mês do ano anterior. Os destaques ficam novamente para o Sul (10%) e Nordeste (6%).
“Independentemente da queda no fluxo de consumidores em lojas físicas em setembro, o volume de vendas cresceu em todo o território nacional. O varejo brasileiro como um todo tem encarado um cenário mais positivo neste ano, por causa da melhora em fatores como inflação, concessão de crédito e mercado de trabalho, além da elevação na massa de renda em circulação e da desvalorização do dólar ante o real sentida desde o início do ano. Outro vetor importante diz respeito ao mercado de alimentos, que vive uma dinâmica benigna devido à supersafra do primeiro trimestre, com efeitos que transbordam para outros segmentos”, afirma Eduardo Terra, sócio da HiPartners e presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo).
Farmácia, Perfumaria e Cosméticos no topo do ranking
O fluxo de visitação contou com alta em dois dos quatro setores na comparação com setembro do ano anterior. O destaque positivo foi novamente “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos”, com alta de 30%. A categoria também conta com o maior crescimento no acumulado do ano, de 20%. Já a maior queda em relação a 2022 foi apurada em “Tecidos, vestuário e calçados”, com retração de 5%; no entanto, o mesmo setor apresenta crescimento acumulado no ano de 3%.
Em relação ao volume de cupons (vendas), o destaque positivo também vai para “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos”, com alta de 13%. Já o único segmento com retração foi o de “Móveis e eletrodomésticos”, com queda de 4%.
No faturamento nominal, novamente “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos”, destaca-se mais uma vez, com crescimento de 21%. A maior queda em relação a 2022 foi constatada em “Tecidos, vestuário e calçados”, com retração de 8%.
“Muitos são os desafios para se conseguir estruturas eficientes e paralelamente sincronizadas com a célere transformação. O que o índice tem nos mostrado é que, mesmo com a omnicanalidade e, consequentemente, a baixa do fluxo nos estabelecimentos físicos, a taxa de conversão aumenta ao realizamos que tanto a quantidade de vendas quanto o volume financeiro ainda assim aumentam. Além disso, existe uma tendência do fortalecimento regional das marcas, em busca de combater a concorrência de plataformas globais ao se aproximar mais do cliente e oferecer serviços e produtos de maneira mais personalizada e conveniente”, comenta Flávia Pini, sócia da HiPartners.
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