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Fluxo de consumidores em lojas físicas muda, aponta pesquisa da Ablos e Virtual Gate

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A Ablos (Associação Brasileira dos Lojistas Satélites de Shoppings) apresentou os resultados de uma pesquisa realizada em parceria com a Virtual Gate, empresa especializada em contagem de consumidores em lojas físicas. O estudo, que analisou dados entre janeiro de 2023 e outubro de 2024, incluiu informações capturadas por sensores instalados em mais de 2.200 pontos de venda, sendo 1.700 deles utilizados na análise. A metodologia seguiu os parâmetros da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), com foco em segmentos como têxtil, vestuário e calçados.

Impactos no fluxo de consumidores

O levantamento aponta uma queda no fluxo de consumidores em lojas físicas, influenciada por fatores como incertezas econômicas, aumento das compras online, endividamento da população e mudanças no comportamento do consumidor, incluindo o impacto de apostas esportivas. Apesar desse cenário, shoppings mostraram maior resiliência.

No primeiro quadrimestre de 2024, o fluxo registrou retração de -4,6% em comparação ao mesmo período de 2023, com uma recuperação pontual de 2,6% em maio, impulsionada pelo Dia das Mães. Em agosto de 2024, houve um crescimento de 7% em relação ao mesmo mês do ano anterior, mas a alta se deu sobre uma base de comparação baixa. Já em outubro, a quantidade de visitantes em shoppings subiu 0,6% em relação a 2023.

A primeira quinzena de novembro apresentou estabilidade comparada ao ano anterior, mas a expectativa é de crescimento no mês, impulsionado pela Black Friday. O último trimestre de 2024 deve seguir essa tendência positiva, considerando o período de festas.

Setores em destaque

A análise por segmento mostrou quedas no Índice de Consumidores no Varejo (ICV) no primeiro semestre: -4,4% em vestuário e calçados, -14,8% em móveis, -3,4% em outros artigos de uso pessoal e -9,7% em material de construção. Lojas de perfumaria e cosméticos destoam, com alta acumulada de 8,5% ao longo do ano.

Ações e estratégias adotadas

Thiago Sitta, proprietário da marca de moda masculina Remo Fenut, reportou uma queda de 4% no fluxo de clientes nas lojas físicas em 2024. Como resposta, a marca intensificou ações de marketing digital, promoções exclusivas e melhorias na experiência de compra. Para o próximo ano, o foco será em treinamento, inovação e fortalecimento da presença digital.

Na UV.LINE, especializada em roupas com proteção solar, o aumento nas vendas online e a queda nas lojas físicas levaram à adoção de estratégias omnichannel. Entre as medidas estão a integração dos estoques físicos ao digital e o uso de WhatsApp para contato com clientes. A empresa também aposta na renovação do layout das lojas e na capacitação da equipe para melhorar a experiência de compra.

Perspectivas para o setor

De acordo com a Ablos, o varejo brasileiro precisará investir fortemente em inovação e adaptação e que a experiência do cliente na loja é essencial para a conversão de vendas. “A retomada do crescimento no fluxo de consumidores depende de investimentos em treinamento, planejamento estratégico e uso de dados para tomadas de decisão. Inovação e excelência no atendimento serão diferenciais indispensáveis para o varejo”, concluiu Mauro Francis, presidente da associação.

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Imagem: Envato

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