Economia
Franquias de educação crescem após adaptações na pandemia
Segundo ABF, setor educacional cresceu mais que franchising inteiro
A pandemia da COVID-19 e as restrições do período fizeram com que muitos setores do varejo tivessem que se adaptar. Se, por um lado, tivemos empresas que não conseguiram se manter e passaram por dificuldades de operação e até fecharam as portas, segmentos como o de franquias de educação investiram em inovação e superaram os desafios da crise.
O Diagnóstico Setorial de Educação 2023, elaborado pela Associação Brasileira de Franchising, mostrou em dados que o setor educacional puxou a retomada de crescimento do setor de franquias. De acordo com a pesquisa, o aumento de faturamento no primeiro trimestre de 2023 foi de 17,8%. Um crescimento maior que o franchising inteiro, quando comparado com o mesmo período de 2022.
Além disso, o estudo da ABF também apontou que o aumento dos recursos tecnológicos foi a principal transformação do setor de franquias de educação, tanto em 2022 (aumento de 88,9%) quanto neste ano (alta de 63%).
Entre as soluções encontradas pelas franquias de educação durante a crise sanitária para manter suas operações, se destacam iniciativas como o sistema Flex, implantado pela rede Via Certa, no mercado desde 2012 e com 51 unidades espalhadas por 11 estados brasileiros.
Segundo o diretor executivo da Via Certa, Décio Marchi, o Flex foi implantado logo no início da pandemia, em 2020. A opção possibilita que o estudante escolha se ele fará as aulas de forma 100% online, de forma presencial ou uma parte à distância e outra na unidade. Esse novo sistema fez com que o número de estudantes aumentasse, pois oferecia mais liberdade.
“Assim que a pandemia começou nós passamos a fazer várias alterações na rede para continuar atendendo nossos alunos com eficiência. Desse modo, transformamos nossos cursos presenciais em on-line. De uma maneira muito rápida e surpreendente vimos o engajamento de todos para se profissionalizar, até mesmo porque o desemprego começou a crescer e muitos brasileiros correram em busca de cursos, até mesmo para criar novas oportunidades profissionais”, comenta o empresário.
O sistema Flex foi bem aceito nas fases mais agudas da pandemia, o que fez com que a saúde financeira da franquia de educação se mantivesse estável, mesmo com todas as dificuldades causadas pelo momento.
No entanto, passado o momento da crise sanitária, as aulas presenciais voltaram a ter preferência dos alunos. De acordo com a pesquisa da ABF, 83% dos estudantes das franquias de ensino profissionalizante e desenvolvimento humano estão no regime presencial. Na Via Certa, esse número é ainda maior. “Em toda rede estamos com 88% de alunos no presencial, além de estarmos registrando recordes de matrículas”, diz Décio.
Só no mês de janeiro deste ano, foram feitas 2.672 matrículas na Via Certa. Quando comparado ao mesmo mês de 2022, houve um aumento na casa de 800 novas matrículas. A expectativa é que o número de matrículas em agosto ultrapasse essa marca.
Além disso, o sistema Flex foi incluído de maneira fixa no plano de estudos graças ao sucesso com os alunos. “(o sistema) Foi essencial para que pudéssemos passar por um dos momentos mais delicados que o mundo viveu sanitariamente e economicamente”, conta o executivo.
Imagem: Envato