Economia
Inadimplência avança 6,72% em São Paulo; 85% são reincidentes
O número de inadimplência em São Paulo cresceu 6,72% em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento do SPC Brasil em parceria com a FCDL-SP. O avanço ficou acima da média da região Sudeste (4,74%) e da média nacional (6,28%).
Além disso, 85,08% das negativações registradas no estado foram de consumidores reincidentes, ou seja, pessoas que já haviam sido incluídas nos cadastros de inadimplentes ao menos uma vez nos últimos 12 meses — uma ligeira queda de 0,04%. Dentro desse grupo, 64,65% seguem com dívidas anteriores em aberto e 20,43% voltaram a dever após quitarem suas pendências.
“A inadimplência avança em ritmo acelerado e a reincidência mostra que uma parcela significativa da população está presa em um ciclo de endividamento contínuo. Isso limita o consumo, freia o acesso ao crédito e exige cautela do varejo, que já sente os efeitos da retração nas vendas”, avalia Maurício Stainoff, presidente da FCDL-SP.
Recuperação de crédito diminui
O levantamento ainda mostra que a recuperação de crédito em São Paulo caiu 13,56% em maio, comparado ao mesmo mês de 2024 — uma retração mais acentuada do que a registrada na média nacional de 11,92%.
A faixa etária com maior reincidência segue sendo a de 30 a 39 anos, com 26,96% dos casos. A distribuição por gênero também permanece equilibrada: 54,17% mulheres e 45,83% homens entre os reincidentes. Além disso, o total de dívidas em atraso no estado cresceu 13,28% em 12 meses, superando novamente a média nacional de 11,15%. Cada inadimplente paulista acumula, em média, duas contas em atraso.
“A dificuldade crescente das famílias em regularizar seus débitos acende um sinal de alerta para o setor varejista. Menor recuperação significa menor acesso ao crédito, menor consumo e mais risco para a sustentabilidade das empresas a curto e médio prazo”, destaca Stainoff.
O valor médio desembolsado pelos consumidores para sair da inadimplência foi de R$ 2.423,05 — sendo que 53,47% pagaram dívidas de até R$ 500.
Os bancos concentraram 73,16% das dívidas, mantendo a liderança entre os setores credores. Em seguida, aparecem as contas de água e luz (9,99%), outros serviços (8,57%), comércio (3,57%) e comunicação (4,70%).