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Mercado de brinquedos registra maior crescimento em quase uma década

O mercado brasileiro de brinquedos apresentou, no primeiro semestre de 2025, o maior crescimento em quase dez anos, segundo dados divulgados pela consultoria Circana. O setor registrou alta de 6% no faturamento em comparação com o mesmo período de 2024, após dois anos consecutivos de retração.
O desempenho foi impulsionado por uma deflação de 12% no preço médio dos produtos, o que possibilitou maior acesso das famílias a diversas categorias de brinquedos. Entre as subcategorias com maior crescimento em faturamento estão blocos de montar (+38%), pelúcias tradicionais (+24%), miniveículos (+23%) e cartas estratégicas de troca (+46%).
As licenças também tiveram papel relevante na expansão do setor. Lilo & Stitch apresentou aumento de 729% no período, enquanto Pokémon cresceu 42% e Hot Wheels, 15%.
Em relação aos canais de venda, a participação entre varejistas especializados (52%) e generalistas (48%) se manteve estável pelo terceiro ano consecutivo. O comércio eletrônico segue em trajetória de expansão, com aumento de um ponto percentual por ano desde 2022, atingindo 22% do faturamento total no primeiro semestre de 2025.
Do ponto de vista geográfico, a região Sudeste continua sendo a principal responsável pelas vendas, concentrando 45% do mercado.
Segundo Célia Bastos, diretora executiva da Circana, “a deflação no preço médio foi determinante para reaquecer o consumo, permitindo que os lares brasileiros mantivessem o hábito de investir nos brinquedos, mesmo em um contexto de crise”. Ela também destacou a influência das marcas licenciadas e o equilíbrio entre canais físicos e digitais como fatores relevantes para o desempenho do setor.
A expectativa para o segundo semestre é de continuidade na recuperação, com foco nas datas comemorativas e na manutenção dos preços acessíveis. A Circana aponta que o cenário atual representa oportunidades estratégicas para fabricantes e varejistas, em um momento considerado decisivo para a consolidação de novos hábitos de consumo.
Imagem: Freepik