Economia
Mercado de luxo brasileiro deve alcançar R$ 133 bi até 2030
Estudo aponta que setor deve crescer de 6% a 8% nos próximos anos

Um estudo conduzido pela Bain & Company revelou um panorama promissor para o mercado de luxo no Brasil. Em 2022, o setor movimentou R$ 74 bilhões, com projeções de crescimento entre 6% a 8% ao ano até 2030, vislumbrando atingir um faturamento de R$ 133 bilhões. A análise abrangente mapeou todo o ecossistema do luxo no país, traçando tendências e identificando os consumidores-chave.
O estudo segmentou o mercado em nove categorias, destacando que todas tiveram crescimento nos últimos anos, apesar de algumas terem sido mais afetadas pela pandemia. Segmentos como imóveis e aeronaves privadas se mantiveram robustos, enquanto automóveis e hotéis enfrentaram desafios, mas começaram a mostrar sinais de recuperação.

Automóveis e hotéis foram setores mais impactados pela pandemia
Perfil dos consumidores e suas demandas
Embora os consumidores de alto poder aquisitivo (representados pela sigla HNW, high net worth em inglês) sejam predominantemente homens acima de 50 anos do Sudeste, a diversidade é um ponto-chave. Nas regiões Sudeste e Sul, uma proporção equilibrada entre homens e mulheres, integrantes de todas as idades, com destaque para a faixa entre 25 e 34 anos, compõem o público consumidor de luxo.

Consumidor do mercado de luxo no Brasil está concentrado nas regiões Sudeste e Sul, com equilíbrio entre homens e mulheres
O estudo identificou cinco demandas principais desse público:
- Hiper personalização: Busca por propostas de valor personalizadas para atender às preferências fragmentadas dos consumidores e micro nichos, incluindo recompensas personalizadas por lealdade e reconhecimento do compartilhamento de dados.
- Sortimento adequado: Produtos com propósito, impactando positivamente a comunidade e o meio ambiente, alinhados a valores compartilhados com grupos de consumidores.
- Acesso onipresente: Experiência de compra sem atrito, conveniente e segura, tanto online quanto offline, com a possibilidade de conduzir a compra em qualquer lugar, de forma confiável e segura.
- Conveniência e rapidez: Serviços sob demanda, com transparência e disponibilidade de informações oportunas e acessíveis para realizar as melhores escolhas.
- Humanização: Interações calorosas para equilibrar a automação, utilizando a gamificação para gerar interatividade.
Tecnologia e inovação no mercado de luxo
A tecnologia emerge como um pilar vital para o setor, impulsionando desde o desenvolvimento de produtos mais inteligentes até a transformação na relação marca-consumidor. Estratégias baseadas em nativos digitais e a adaptação aos avanços tecnológicos são cruciais para o sucesso futuro no mercado de luxo.
Lívia Moura, sócia da Bain, enfatiza a importância da inovação para os negócios do setor. Segundo ela, “desbravar o futuro do luxo vai exigir agilidade na identificação de novos modelos de negócio e ousadia para se posicionar como elemento vital na cadeia de valor desses modelos”.
Lívia, que também é a responsável pelo estudo, reforça que “para se manterem bem posicionadas no mercado, as marcas devem ficar atentas às mudanças de comportamento dos consumidores, se preparar para a entrada de novos players, além de investir nos canais digitais e no fortalecimento da cadeia de valor.”
Imagens: Bain & Company e Envato