Inovação
Parceria com a Meta impulsiona crescimento da EssilorLuxottica

A EssilorLuxottica afirmou que uma parcela significativa do crescimento de sua receita no terceiro trimestre foi resultado da parceria com a Meta, principalmente por meio da marca Ray-Ban, para desenvolver e vender óculos inteligentes.
“Está claro que há um impulso vindo dos wearables Ray-Ban Meta como categoria de produto”, disse o diretor financeiro (CFO) Stefano Grassi durante a teleconferência de resultados da companhia.
A empresa europeia de óculos informou que suas vendas no trimestre cresceram 11,7% em relação ao ano anterior, alcançando 6,9 bilhões de euros (cerca de US$ 8 bilhões), ante 6,44 bilhões de euros no mesmo período de 2023. Segundo a companhia, mais de 4 pontos percentuais desse crescimento vieram dos wearables, que incluem os produtos desenvolvidos com a Meta.
Em 2019, a Meta e a Luxottica firmaram um acordo para o desenvolvimento dos óculos inteligentes Ray-Ban Meta. Mais recentemente, a marca Oakley, também da Luxottica, passou a integrar a parceria, com o lançamento, em junho, dos óculos inteligentes Oakley Meta HSTN. As empresas também estão trabalhando em uma versão a ser lançada sob a marca Prada, conforme informou a CNBC em junho.
A Luxottica, que também administra marcas populares como Vogue Eyewear e Persol, vem apostando fortemente em óculos conectados à internet que funcionam com o assistente digital de IA da Meta. A tecnologia permite que os usuários ouçam música, tirem fotos e executem ações semelhantes às feitas em smartphones.
“Acreditamos que os óculos serão o futuro”, disse Grassi, acrescentando que o segmento de wearables já é rentável. “Os óculos substituirão de forma significativa grande parte das funcionalidades que hoje estão embutidas em nossos telefones.”
A declaração de Grassi ecoa a visão do CEO da Meta, Mark Zuckerberg, que afirmou em julho: “Dispositivos pessoais como óculos, que entendem nosso contexto porque veem o que vemos, ouvem o que ouvimos e interagem conosco ao longo do dia, se tornarão nossos principais dispositivos de computação.”
Já nas primeiras semanas do quarto trimestre, Grassi afirmou ter “um bom grau de otimismo” para o período, em parte devido ao lançamento “de todos os novos produtos recentemente apresentados no Meta Connect”, que “terão papel importante em nosso desempenho do quarto trimestre”.
No evento Connect, realizado em setembro, Zuckerberg revelou os óculos Meta Ray-Ban Display, de US$ 799, que contam com um pequeno display digital que pode ser controlado por uma pulseira com tecnologia neural.
A empresa também apresentou novos modelos de óculos inteligentes, incluindo os Oakley Meta Vanguard, de US$ 499, e os Ray-Ban Meta (Geração 2), de US$ 379.
Grassi afirmou que o crescimento das vendas da Luxottica na América do Norte no terceiro trimestre esteve mais relacionado aos óculos Ray-Ban Meta do que aos efeitos de tarifas, que elevaram os preços de seus produtos.
Ele acrescentou que a empresa deve atingir antes do previsto a meta de 10 milhões de unidades produzidas, originalmente planejada para o final de 2026.
“O ecossistema geral de wearables vai gerar não apenas receita associada ao hardware, mas também à venda de lentes e, com o tempo, de serviços ligados à inteligência artificial”, disse Grassi.
As ações da EssilorLuxottica subiram 2,4% na quinta-feira.
A Meta não é a única gigante da tecnologia a entrar no crescente mercado de óculos inteligentes. A Alphabet anunciou, em maio, uma parceria de US$ 150 milhões com a Warby Parker para desenvolver óculos inteligentes equipados com o assistente de IA Gemini, do Google, enquanto a Alibaba, da China, lançou em julho seus próprios óculos inteligentes baseados em seu assistente Quark AI. Apple e OpenAI também estariam desenvolvendo seus próprios modelos de óculos inteligentes.
Imagem: Reprodução/Meta
Informações: Ari Levy para CNBC
Tradução livre: Central do Varejo