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Ruptura nos supermercados recua para 11,9% em setembro
O Índice de Ruptura da Neogrid, que mede a ausência de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, registrou queda para 11,9% em setembro, recuo de 1,2 ponto percentual em relação a agosto. O resultado indica melhora no abastecimento do varejo alimentar, com recomposição dos estoques em itens básicos da cesta do consumidor.
Entre as categorias acompanhadas, arroz, feijão, café, azeite e ovos apresentaram redução na falta de produtos, enquanto a cerveja foi a única a registrar aumento na indisponibilidade durante o período.
“O índice em setembro reflete um ajuste positivo no abastecimento após meses de instabilidade, embora o cenário econômico ainda apresente pressão de custos e inflação, o que impacta preços e margens no varejo”, afirmou Robson Munhoz, Chief Relationship Strategist da Neogrid. “Apesar da queda na ruptura e de uma leve recuperação nas vendas, com o orçamento das famílias mais apertado, temos observado consumidores buscando mais pontos de venda e substituindo marcas por produtos mais baratos que entregam o mesmo resultado.”
Segundo a pesquisa “Consumo em Tempos de Inflação e Repriorização 2025”, da Neogrid em parceria com a Opinion Box, 82% dos entrevistados afirmaram ter substituído produtos por opções mais baratas, motivados pela necessidade de economizar, pela dificuldade em adquirir marcas preferidas e pela resistência em pagar valores acima do habitual.
Entre as categorias que registraram queda na ruptura em setembro, os ovos passaram de 23,0% para 20,4% (−2,6 p.p.), o feijão de 8,4% para 6,4% (−2,0 p.p.), o arroz de 8,9% para 7,1% (−1,8 p.p.), o café de 9,6% para 7,9% (−1,7 p.p.) e o azeite de 9,7% para 8,7% (−1,0 p.p.). A cerveja, em contrapartida, subiu de 12,1% para 12,8% (0,7 p.p.).
A categoria de cervejas foi impactada por fatores de produção e demanda. De acordo com dados do IBGE, a produção de bebidas alcoólicas caiu 11% em agosto, o que levantou preocupações sobre o volume das cervejarias no terceiro trimestre. As baixas temperaturas no Sul e Sudeste reduziram o consumo, enquanto grandes grupos ajustaram seus estoques para a alta temporada de fim de ano.
Os preços da cerveja também aumentaram. A versão artesanal passou de R$ 19,93 para R$ 21,63, a escura de R$ 14,78 para R$ 15,84, a clara de R$ 13,56 para R$ 14,68 e a sem álcool de R$ 15,51 para R$ 16,29.
A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) informou que bares e restaurantes em São Paulo e Belo Horizonte vêm registrando queda nas vendas de drinques e aumento no consumo de cerveja. A mudança de comportamento é atribuída à crise do metanol, que afetou a confiança dos consumidores em destilados.
Imagem: Envato
