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Shein intensifica presença no Brasil em resposta à taxação americana, avalia BTG

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A plataforma chinesa de e-commerce Shein está passando por uma mudança estratégica em sua atuação no Brasil, segundo relatório divulgado pelo banco BTG Pactual. Segundo o documento, dois fatores estão impulsionando a empresa a fortalecer sua operação local: a implementação do programa Remessa Conforme, no Brasil, e a taxação imposta nos Estados Unidos.

Em vigor desde agosto de 2023, o programa Remessa Conforme passou a tributar em 20% as compras internacionais de até US$ 50, além da cobrança do ICMS estadual. Em abril deste ano, o ex-presidente americano Donald Trump anunciou a taxação de 120% sobre produtos da Shein, que até então estavam isentos nos EUA em compras de até US$ 800.

O BTG aponta que a empresa está acelerando a transição da sua logística transfronteiriça (cross-border) para ampliar sua estrutura de marketplace nacional. “A operação transfronteiriça da Shein está perdendo participação no valor total de vendas (GMV), enquanto a empresa acelera o desenvolvimento de sua plataforma nacional”, afirmam os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima.

Nos Estados Unidos, a Shein reajustou preços em resposta à nova tributação. De acordo com dados da Bloomberg citados no relatório, houve aumento médio de 51% em itens de beleza e saúde, 30% em artigos de cozinha e brinquedos, e 8% em roupas femininas. Segundo o BTG, o objetivo pode ser mitigar os efeitos da taxação ou viabilizar campanhas promocionais com base nos novos valores.

No Brasil, a tributação reduziu a diferença de preços entre a Shein e concorrentes nacionais, mas a plataforma mantém vantagem. Em uma comparação entre oito produtos vendidos por Shein, C&A, Renner e Riachuelo, a empresa chinesa apresentou preços 1% menores que a Riachuelo, 7% inferiores aos da Renner e 12% mais baixos que os da C&A.

O impacto da mudança nos EUA também alterou a relação entre os dois mercados. Antes, os preços da Shein no Brasil eram 25% mais caros que nos EUA – e 190% maiores quando ajustados pela paridade do poder de compra. Após os reajustes nos Estados Unidos, os preços no Brasil ficaram 6% mais baratos em termos nominais, embora ainda sejam 117% mais elevados em valores ajustados pela paridade de poder de compra.

O relatório destaca ainda que o Brasil permanece como mercado estratégico para a Shein. “A crescente concorrência internacional, o aumento nas compras online, levando a margens menores, e a maior sensibilidade dos consumidores aos preços representam desafios para o setor nos próximos anos”, afirmam os analistas.

Além das análises sobre a Shein, o BTG identifica cinco tendências para o setor de vestuário: desaceleração de vendas entre consumidores de alta renda, intensificação da competição de preços no público de renda média e baixa, fragmentação de pedidos e foco em coleções mais reativas, quebra da sazonalidade de vendas devido a variações climáticas e impacto da taxa de câmbio sobre as margens.

Com informações de Agência DC News
Imagem: Reprodução

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