Operação
Starbucks testa a “cafeteria do futuro” e anuncia fim das lojas apenas para retirada

A Starbucks encerrou o trimestre com 41.097 lojas em operação (53% próprias e 47% licenciadas) e está investindo fortemente na melhoria da experiência em suas unidades físicas como parte de sua estratégia de recuperação, liderada pelo CEO Brian Niccol.
A gigante do café planeja encerrar, no ano fiscal de 2026, o conceito de lojas voltadas exclusivamente para pedidos móveis e retirada, lançado em Nova York em 2019 e que cresceu para cerca de 90 unidades nos Estados Unidos.
“Descobrimos que esse formato era excessivamente transacional e carecia da proximidade e da conexão humana que definem nossa marca”, afirmou Niccol em teleconferência de resultados. “Temos uma forte oferta digital e acreditamos que podemos proporcionar a mesma conveniência por meio de nossas cafeterias comunitárias, com uma experiência superior de pedido e pagamento via aplicativo.”
Desde que assumiu a liderança da empresa em setembro, Niccol tem concentrado esforços em restaurar a famosa atmosfera de “terceiro lugar” da Starbucks, oferecendo ambientes acolhedores e de convivência.
Segundo o CEO, cada unidade deve ser convidativa, com assentos para diferentes ocasiões, acesso facilitado ao pedido digital e, sempre que possível, serviço de drive-thru.
O protótipo da cafeteria do futuro
A Starbucks está desenvolvendo a chamada “cafeteria do futuro”, com um novo modelo de loja independente que será inaugurado no próximo ano. O protótipo terá 32 lugares, drive-thru e um custo de construção cerca de 30% menor que o padrão atual.
Uma versão reduzida, com aproximadamente 10 lugares, será aberta em Nova York nos próximos meses.
“Acreditamos que esse novo modelo proporcionará uma experiência excepcional, melhorará a rentabilidade e abrirá oportunidades de crescimento em mais mercados”, afirmou Niccol.
Programa “Uplift”
A empresa também reduziu o ritmo de novas inaugurações e grandes reformas para priorizar o programa de revitalização das cafeterias, conhecido como “uplift”. Cada unidade receberá um investimento médio de US$ 150 mil, com pouca ou nenhuma paralisação nas operações.
O objetivo é repor rapidamente milhares de assentos que foram removidos nos últimos anos, introduzindo mais texturas, aconchego e um design em camadas. O programa, que já começou em Nova York, será expandido para a Califórnia no quarto trimestre. A meta é completar ao menos 1.000 revitalizações até o fim de 2026.
Desempenho no terceiro trimestre
Apesar dos avanços, a Starbucks ainda enfrenta desafios. No trimestre encerrado em 29 de junho, as vendas globais em lojas comparáveis caíram 2%, marcando o sexto trimestre consecutivo de queda. Na América do Norte, a queda também foi de 2%, puxada por uma redução de 3% nas transações, compensada por um aumento de 1% no ticket médio.
A receita líquida consolidada subiu 3,8%, chegando a US$ 9,46 bilhões, acima da estimativa de US$ 9,31 bilhões. Já o lucro líquido foi de US$ 558,3 milhões, contra US$ 1,05 bilhão no mesmo período do ano anterior.
Niccol ressaltou que a companhia já realizou ajustes importantes e que está adiantada em seu cronograma de transformação:
“Em 2026, vamos lançar uma onda de inovações que impulsionará o crescimento, elevará o nível de atendimento e garantirá que todos experimentem o melhor da Starbucks.”
Foram 308 novas lojas abertas no trimestre, totalizando 41.097 no mundo. Apenas Estados Unidos e China respondem por 61% da operação global, com 17.230 e 7.828 unidades, respectivamente.
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Imagem: Envato
Informações: Marianne Wilson para CSA com tradução livre Central do Varejo