Tarifas dos EUA sobre a China chegam a 104% e entram em vigor nesta quarta-feira

A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou nesta terça-feira (8) que as tarifas de 104% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses entrarão em vigor na quarta (9). A declaração foi feita em entrevista à emissora americana Fox News.

As novas tarifas são resultado de um aumento de 50 pontos percentuais anunciados pelo presidente americano, Donald Trump, na segunda (7), somando-se aos 20% implementados em março e aos 34% anunciados na semana passada. Trump havia condicionado a aplicação da nova rodada tarifária à retirada de medidas retaliatórias por parte da China até esta terça, o que não ocorreu.

Mais cedo, Trump afirmou que aguardava um contato do governo chinês para negociar um possível acordo e evitar a escalada das disputas comerciais. “A China também quer fazer um acordo, muito, mas eles não sabem como começar. Estamos esperando a ligação deles. Vai acontecer!”, escreveu o presidente em suas redes sociais.

A China respondeu às medidas com críticas e promessas de retaliação. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, acusou os Estados Unidos de “unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica” e afirmou que a política tarifária americana compromete a estabilidade da cadeia global de produção e suprimentos, além da recuperação econômica mundial.

Na semana passada, Trump já havia anunciado uma tarifa adicional de 34% sobre produtos chineses, classificando a decisão como parte do “Dia da Libertação para a América”. O governo americano alega que as tarifas são uma resposta à suposta responsabilidade da China na crise do fentanil.

Em resposta, o Ministério das Finanças da China informou que passará a cobrar tarifas adicionais de 34% sobre todas as mercadorias americanas a partir de quinta-feira, 10 de abril. Além disso, o Ministério do Comércio chinês anunciou restrições imediatas à exportação de metais de terras-raras para os Estados Unidos, incluindo samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio.

Pequim também incluiu onze empresas americanas na lista de “entidades não confiáveis”, o que pode resultar em sanções e restrições a atividades comerciais com companhias chinesas.

Imagem: Envato