Economia
70% do varejo espera crescer no segundo semestre, diz pesquisa
Pesquisa da Fecomércio-SC e Zucchetti mostra que empresários do setor acreditam em estabilidade ou crescimento
O varejo brasileiro está otimista para as vendas do segundo semestre deste ano. Isso é o que afirma uma pesquisa realizada pela Zucchetti, multinacional italiana de softwares de gestão, em parceria com a Fecomércio Santa Catarina.
De acordo com o levantamento, 36,8% dos varejistas acreditam que seus faturamentos vão aumentar este ano em relação a 2022, enquanto o mesmo percentual espera se manter estável em relação ao ano passado. Por outro lado, 26,3% dos empreendedores consultados apontam uma queda do faturamento em relação ao ano anterior.
A pesquisa também mostrou que a maioria dos varejistas (55,4%) acredita que venderá mais no segundo semestre deste ano do que nos primeiros 6 meses. Entre as razões apontadas para o crescimento do desempenho, estão o Natal (42%), a Black Friday (9%), Dia das Crianças (3%) e Dia dos Pais (6%).
17,6% dos entrevistados, no entanto, acreditam que as vendas serão piores do que no primeiro semestre, enquanto 23% dizem não acreditar num real impacto das datas comemorativas do segundo semestre no desempenho de suas empresas.
Perspectivas de geração de empregos no varejo
Entre os consultados na pesquisa, 31% afirmam que pretendem contratar mais funcionários até o final do ano, com 17% dessas contratações sendo de natureza temporária para as últimas semanas de 2023. Além disso, 96% pretendem agregar entre 1 a 5 funcionários até o encerramento do ano.
De acordo com o presidente da Fecomércio-SC, Hélio Dagnoni, os dados são positivos. “Apesar dos desafios relacionados ao custo e ao uso da tecnologia, como a falta de mão de obra qualificada, o setor segue certo grau de otimismo para o segundo semestre, embalada pelas datas comemorativas”, diz.
Os empresários, quando questionados sobre quais as maiores dificuldades para o crescimento, apontaram fatores como o cenário econômico desfavorável (29,1%), seguido pela concorrência em relação a outras lojas físicas e e-commerce (22%) e a alta carga tributária (21%).
Quase todos os varejistas utilizam o WhatsApp
Entre as ferramentas mais utilizadas pelos varejistas consultados pelo levantamento da Zucchetti e Fecomércio, o WhatsApp lidera, com 82% dos empresários. Logo depois, aparecem as redes sociais, com 74%. O aplicativo de mensagens instantâneas também é o canal de comunicação mais utilizado pelos consumidores, com 96% dos consultados. Logo depois, aparece o telefone, com 76%, com as redes sociais sendo utilizadas por 59% como principal meio de diálogo com os clientes.
O diretor da vertical de varejo da Zucchetti afirma que a presença digital se tornou uma alternativa singular de sobrevivência, deixando de ser um diferencial entre as empresas. “Na pesquisa, foi possível avaliar como esses comércios estão se adaptando e buscando alternativas para esse novo mercado. Nos últimos anos, temos observado relevantes mudanças no comportamento das empresas e consumidores, em especial, as motivadas e aceleradas pela condição pandêmica.”
De acordo com Muller, quem mais sentiu essas mudanças foi o pequeno varejista, que deve lidar com muitos desafios operacionais, técnicos e culturais para conseguir se manter atualizado. “A presença digital se tornou alternativa singular de sobrevivência para o pequeno varejo, que agora busca usar a tecnologia como ferramenta de trabalho para potencializar suas principais fortalezas, como a venda física presencial, mas também agregando-a para otimizar a comunicação com o consumidor e canais de venda”.
Quando perguntados sobre o uso de ferramentas tecnológicas na gestão dos negócios, os departamentos das empresas ofereceram diferentes respostas. Nos setores administrativo e financeiro, 43% afirmaram utilizar ferramentas mais simples de gestão, enquanto 39% usam softwares próprios.
No setor de gestão de pessoas, 19% das empresas não usam qualquer ferramenta de tecnologia, com 33% fazendo uso de programas simples. Na área de marketing e vendas, 36% utilizam softwares tradicionais.
27% dos consultados afirmaram que a principal dificuldade em relação à tecnologia nos negócios são os altos custos das ferramentas e softwares de gestão. Entre outros resultados, 19% apontaram a falta de mão de obra qualificada para cuidar das ferramentas e 15% declararam dificuldade em encontrar estratégias para o uso da tecnologia.
A maioria dos 323 varejistas ouvidos pela Zucchetti e Fecomércio-SC são proprietários de microempresas e empresas de pequeno porte. O objetivo do levantamento é realizar um panorama do atual momento do varejo brasileiro, analisar as perspectivas para o futuro e observar o uso de tecnologia pelas pequenas e médias empresas do setor.
Imagens: Envato e Divulgação