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A informação como mediadora dos diálogos para alavancar resultados

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informação como mediadora dos diálogos

No meu convívio com profissionais do varejo, seja pelo FGV CEV, eventos ou na consultoria, adquiri o hábito de perguntar, algumas vezes de forma estruturada, se eles estão tomando mais decisões em menos tempo e se os conflitos estão se intensificando na comparação com o ano anterior. A resposta da maioria é que sim.

Zygmunt Bauman, pensador do nosso tempo, chamava este momento que vivemos de Interregno e afirmou: No “interregno”, não somos uma coisa nem outra. No estado de interregno, as formas como aprendemos a lidar com os desafios da realidade não funcionam mais. As instituições de ação coletiva, nosso sistema político, nosso sistema partidário, a forma de organizar a própria vida, as relações com as outras pessoas, todas essas formas aprendidas de sobrevivência no mundo não funcionam direito mais. Mas as novas formas, que substituiriam as antigas, ainda estão engatinhando.

Os desafios são muitos no dia a dia. Além das questões relacionadas com abastecimento e preço, a operação está mais complexa devido a sua fragmentação e personalização, decisões e comunicação precisam ser rápidas em um ambiente de incerteza.  Não é por acaso, que a OMS, em janeiro de 2022 reconheceu o burnout ou esgotamento profissional como doença ocupacional. Todos sabemos os impactos na vida das pessoas e na própria organização.

É dentro deste contexto que o varejo precisa fazer uma melhor gestão dos dados, transformando-os em informação relevante, com significado. Essa informação estruturada e confiável, ao ser compartilhada entre as áreas e com os fornecedores, colocará todos “na mesma página” proporcionará transparência, contribuirá para construir a confiança, propiciará decisões mais rápidas e assertivas.  A informação é um elemento vital para que o conflito ou a polarização ceda espaço para o diálogo com foco na compreensão da situação e na busca de soluções de problemas e identificação de oportunidades. A informação relevante junto com o propósito, missão, visão e valores se constituem na gestão do conhecimento explícito que junto com o feeling e  a experiência – conhecimento tácito propiciarão  as bases para o diálogo e a construção da inteligência coletiva, o que permitirá o alinhamento de expectativas, estabelecimento de prioridades e  metas comuns.

Nestes tempos de rápidas e intensas mudanças, ao contemplarmos diferentes perspectivas, nos tornamos mais fortes e seguros e vamos mais longe. É a única forma para construirmos relações ganha-ganha-ganha. Ganha o consumidor/shopper, ganha o varejista e ganha o fornecedor.

Imagem: Envato


*Olegário Araújo tem dedicado a sua vida profissional em transformar dados em conhecimento acionável para ampliar a compreensão do contexto e o estabelecimento de uma linguagem comum para que os líderes do varejo possam conectar todos os pontos e estabelecer diálogos colaborativos com objetivos, metas e compromisso com a execução.

Em sua trajetória, Olegário atuou em empresas de pesquisa por 20 anos, sendo 15 deles na Nielsen (NIQ), onde foi Key Account Manager, gerente nacional e diretor de varejo. Cofundador da inteligência360; consultor em inteligência de negócio; professor e pesquisador do FGV CEV; cocurador de conteúdo nos canais supermercado e farma; graduado em administração pela PUCSP; MBA em gestão pela FIA USP; mestrado acadêmico pela FGV EAESP na linha de marketing; certificado de Conselheiro consultivo pelo CELINT e; pós-graduação em Neurociências e comportamento humano pela PUCRS.

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