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Cultura de gente – a base das únicas marcas do presente que terão futuro
A associação de marcas de sucesso a uma forte cultura corporativa é cada vez mais recorrente. Há alguns anos venho acompanhando falas de CEOs em eventos importantes no Brasil e fora do Brasil. Não é a cultura escrita na parede que vale. É a que está na cabeça e coração de todos.
Há, obviamente, várias vertentes de cultura. As mais friedmanianas valorizam a obsessão pelo lucro, outras mais razoáveis se focam na qualidade do que fazem e as mais modernas e adequadas ao mundo em que vivemos falam de criar ambientes agradáveis para o dilema que se agravou pós-pandemia: atrair e manter Times e Clientes. A esta última chama-se cultura de gente. Sem a palavra obsessão que é meio doentia. Quem sabe foco permanente de gente seja melhor.
A verdade é que marcas com cultura de gente sabem que fazer O BEM vem antes de fazer BEM. Marcas que fazem BEM almejam ser amadas. Marcas que fazem O BEM priorizam amar quem convive com elas. Por isso elas acabam sendo amadas. Mas tudo parte de como elas agem.
Cultura de gente é então um conjunto de valores, crenças diretrizes e comportamentos compartilhados por todos em uma organização, que influenciam a maneira como eles se relacionam e trabalham integrados entre si e com quem convive com a organização. Uma cultura que coloca as pessoas em primeiro lugar, priorizando o bem-estar de todos que convivem com a marca, a diversidade, a inclusão e o desenvolvimento pessoal e profissional indistintamente.
Gente é o Time em primeiro lugar, o Cliente em segundo, o fornecedor em terceiro, a comunidade em quarto e o mundo em quinto. Acionista são parte do Time. Stakeholders não são apenas partes interessadas, isso é muito acomodado. São agentes de construção da marca.
Muitos líderes, em todos os níveis, ainda não estão conscientes da importância que o tema exige. Muitos ainda acreditam que as pessoas respondem apenas a incentivos financeiros e consideram que a troca de dinheiro por dedicação vai gerar grande compromisso. Eles acreditam que missão – um termo trazido do exército para as empresas que significa coisa que eu tenho que fazer e ponto – ainda mobiliza. Alguns adoram missão dada missão cumprida. E determinam metas impositivas a serem cumpridas, analisam os relatórios de indicação de desempenho e se satisfazem quando as metas são batidas. #horadereverseusconceitos! Os resultados podem até vir para quem age dessa forma, mas jamais vão atingir o máximo potencial que os recursos alocados permitiriam.
O fato mais importante sobre cultura de gente é que a maioria dos investimentos que têm que ser feitos para honrar o que se promete são custo fixo já incluídos nas planilhas da empresa: o valor pago para quem trabalha nela. Outros são despesas inevitáveis como o custo de mercadorias a ser pago para os fornecedores. Não há desembolso adicional ao que já é rotina da empresa. A diferença é que se a cultura de gente funciona no nível máximo, cada pessoa que trabalha na empresa se esforça e vale muito mais do que recebe. Cada fornecedor se dedica muito mais a ajudar a empresa que compra dele do que meramente entregar os produtos pelos quais foi remunerado.
Cultura de gente é o menor investimento com mais retorno para a sua marca.
O nível de dedicação que todos têm não se limita a engajamento. É voluntariado.
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Imagem: Envato
*Edmour Saiani. Nasceu em Ribeirão Preto. Estudou Engenharia no ITA e Pós-Graduação em Marketing pela FGV SP. Fez até foguete, mas resolveu praticar outra engenharia: de gente! Como executivo, evoluiu de engenheiro até se tornar CEO. Aí resolveu empreender. Fundou há quase 30 anos a Ponto de Referência, consultoria que ajuda marcas na Transformação de Atendimento – a transformação que realmente faz o Cliente comprar mais. E por muito mais tempo. Palestrante, Consultor, Conselheiro, Mentor e Autor dos livros Loja Viva – Revolução no Pequeno Varejo Brasileiro, Ponto de Referência – Como ser número 1 e não mais 1 e A grande tr4nsfoRmação – marcas com ambiente | atitude | atendimento que transformam o mundo.