Comportamento

O “consumo pós-morte” pode se tornar uma oportunidade no varejo?

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consumo pós-morte

Com o avanço da inteligência artificial, 47% dos consumidores globais demonstram interesse na possibilidade de continuar comprando após a morte, segundo o estudo “Future Shopper Report 2024” da VML. O estudo introduz o conceito de “consumo pós-morte,” que a agência criativa VML descreve como a ideia de treinar uma IA para “aprender” os hábitos financeiros e de compra de uma pessoa enquanto ela está viva, para que possa gerenciar um patrimônio digital e tomar decisões de compra após a morte dessa pessoa.

A VML escreveu em seu estudo: “É possível imaginar, por exemplo, continuar pagando pela educação dos netos ou enviar um presente de aniversário, mesmo após a morte.”

A pesquisa, baseada em 31.500 consumidores de 20 países, revelou que em alguns mercados, como Índia e Emirados Árabes Unidos, cerca de 70% dos entrevistados estavam interessados na possibilidade de consumo pós-morte. Nos EUA, 36% dos entrevistados manifestaram interesse.

Um dado interessante foi que, quanto mais velho o consumidor, menos interesse ele demonstrou em manter uma presença digital após a morte.

Outros achados relacionados ao consumo pós-morte incluem:

  • Quase metade (45%) dos consumidores pesquisados demonstrou interesse em fazer upload de suas personalidades para a nuvem ou para o metaverso, para que pudessem ser “revividos” como avatares usando IA após a morte;
  • Quase metade (46%) dos entrevistados gostaria de ter um jantar virtual no metaverso com figuras históricas trazidas de volta pela IA;
  • A mesma porcentagem (46%) gostaria de poder conversar com pessoas falecidas, usando IA para trazê-las “de volta à vida.” Apenas 31% não se interessaram.

A descoberta sobre compras pós-morte foi destacada em um comunicado de imprensa próximo ao Halloween, e a VML indicou que ainda não está incentivando as marcas a adotarem uma “estratégia de consumo pós-morte.” No entanto, a VML afirma que o estudo demonstra como a IA está “forçando-nos a redefinir consumidores e interações,” com chatbots substituindo agentes humanos de atendimento ao cliente e bots realizando compras em lançamentos de tênis e ingressos concorridos.

Jason Carmel, líder global de dados criativos da VML, afirmou: “Isso é mais um alerta para o quão abertos os consumidores estão a convidar agentes de IA para representar aspectos importantes de suas vidas.”

O conceito de consumo pós-morte lembra um episódio da segunda temporada de “Black Mirror,” série da Netflix, intitulado “Be Right Back.” No episódio, uma mulher grávida e enlutada, Martha, traz de volta uma versão virtual e orientada por IA de seu ex-namorado, Ash, carregando todas as comunicações anteriores dele, perfis de redes sociais, vídeos e fotos. Logo, o namorado retorna como um robô sintético que replica sua personalidade e comportamento. Eventualmente, Martha passa a desprezar o robô imitador, pois ele não possui a espontaneidade e até os traços negativos de personalidade que faziam de Ash um humano real.

Imagem: Envato
Informações: Tom Ryan para Retail Wire
Tradução livre: Central do Varejo 

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