Economia
123 Milhas: Justiça bloqueia R$ 900 milhões de sócios
Decisão foi tomada pelo Ministério Público de Minas Gerais na última terça (17)
Na última terça-feira (17), a Justiça bloqueou R$ 900 milhões em bens e valores dos sócios da 123 Milhas e outras empresas do grupo. O pedido, feito pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ampliou o bloqueio de R$ 50 milhões anteriormente ordenado pelo juiz Eduardo Henrique de Oliveira Ramiro, da Comarca de Belo Horizonte. A decisão foi publicada no dia 10 de outubro.
Um trecho da decisão aponta que o pedido leva em consideração o próprio pedido de recuperação judicial da empresa, que aponta que os débitos de todas as empresas do grupo chegam à quantia de R$ 900 milhões.
Além da 123 Milhas, a ordem também vale para as empresas HotMilhas, Maxmilhas, Lance Hotéis, AMRM Holding e Novum Investimentos. De acordo com o magistrado, não há diferença relevante entre as responsabilidades das empresas e dos sócios, com tanto as pessoas físicas como jurídicas respondendo pelo processo.
Entre os réus, além dos irmãos Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, da 123 Milhas, foi incluída pelo juiz do caso a sócia da HotMilhas Tânia Silva Santos Madureira. A 123 Milhas ainda não se pronunciou sobre o caso.
123 Milhas teve pedido de recuperação judicial suspenso em setembro
Em agosto, a 123 Milhas cancelou todos seus pacotes promocionais e emissão de passagens e entrou com pedido de recuperação judicial, alegando passar por grave crise financeira. Em depoimento à CPI de pirâmides financeiras, um dos sócios da empresa afirmou ter cometido um “erro de planejamento” e defendeu um acordo com entes da sociedade civil para o pagamento das dívidas com os credores.
No mês seguinte, o processo de recuperação judicial da 123 Milhas foi suspenso pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) a pedido do Banco do Brasil, um dos credores da empresa de viagens. O tribunal, no entanto, manteve a blindagem de 180 dias, onde as ações feitas contra a empresa ficam blindadas. À época, a agência de viagens declarou em nota que os efeitos da recuperação judicial seguiam vigentes.
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