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Inovação

3 dicas para criar experiências para a Geração Alpha

Entenda como atrair e engajar a Geração Alpha através de experiências relevantes e autênticas

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geração alpha

A Geração Alpha está prestes a alcançar 2 bilhões de pessoas até 2025, tornando-se a maior geração da história, segundo Matt Smith, gerente de tendências na GWI. No entanto, a influência e o impacto dessa base de consumidores já são significativos, considerando o papel que desempenharam nos processos de tomada de decisão de compra desde o início da pandemia.

“As famílias passaram mais tempo sob o mesmo teto e, como resultado, o processo de tomada de decisão de compra tornou-se mais democrático”, disse Smith em uma entrevista ao Retail Touch Points. “O número de crianças de 8 a 11 anos que dizem tomar decisões conjuntas sobre a comida que comem e os brinquedos que compram ao lado de seus pais aumentou desde 2021. O ‘poder de insistência’ nunca foi tão alto.”

Os Alfas também estão construindo sua própria riqueza pessoal, o que lhes está dando mais dinheiro para gastar. A GWI descobriu que, em mercados selecionados, o número de adolescentes (com idades entre 12 e 15 anos) comprando online aumentou 20% desde 2021.

Para marcas e varejistas, isso cria uma oportunidade significativa de adquirir novos clientes e estender seu alcance para uma audiência altamente lucrativa. No entanto, para ter sucesso, eles devem entender os comportamentos e preferências únicos da Geração Alpha. O recente Relatório de Análise do Consumidor do Retail TouchPoints apresentou insights de Smith, bem como especialistas da McCrindle, MG2 e Razorfish para analisar essas nuances e como elas podem informar as estratégias de engajamento atuais e futuras dos comerciantes.

Dica 1 – Aproveite o poder do jogo

Os consumidores da Geração Alpha têm duas vezes mais probabilidade de ver os jogos como uma forma de expressão pessoal do que a Geração Z, segundo pesquisa da Razorfish. Como resultado, plataformas de jogos e, de forma mais ampla, estratégias de gamificação, podem impulsionar a interação e o engajamento de maneira mais autêntica e significativa.

“Tenha em mente que [esses consumidores] são em grande parte crianças e adolescentes, então o jogo é fundamental,” observou Mark McCrindle, analista social, demógrafo e fundador da McCrindle.

McCrindle citou ainda cinco comportamentos-chave e elementos táticos que alimentam esse desejo de brincar:

  • Aventura e experiência;
  • Interação social e engajamento;
  • Desafios por meio de esportes, competição, conquista ou habilidade;
  • Criação, seja arte, design ou construção de algo;
  • Coleção ou troca de itens.

O Roblox se tornou um veículo poderoso para esse tipo de estratégia, em grande parte porque combina interação social, descoberta e desafios. Marcas como Claire’s, E.l.f. Beauty e Forever 21 também projetaram espaços de jogos no Roblox para incorporar descoberta de produtos e personalização de avatares, criando uma conexão entre as personas digitais da Geração Alpha e seus comportamentos na vida real.

“A Claire’s tem uma história e paixão de longa data pela cultura emergente,” disse Kristin Patrick, EVP e Chief Marketing Officer da Claire’s em um comunicado anunciando o lançamento de sua experiência ShimmerVille, que se tornou parte integrante de sua estratégia de engajamento com a Geração Alpha. “Nossos consumidores estão na interseção dos espaços físico e digital, e ao criar uma presença no Roblox e unir esses mundos, estamos criando uma experiência ‘figital’ única para impulsionar a comunidade, o amor pela marca e nosso negócio. Sempre falamos sobre autoexpressão, e ao reimaginar as formas como inovamos e evoluímos, estamos celebrando nosso propósito de marca de uma maneira totalmente nova.”

Dica 2 – Compreenda suas fontes de influência

Os pais da Geração Alpha (que são em grande parte millennials) tiveram acesso precoce às mídias sociais e à internet em geral. No entanto, o que eles não tinham era acesso em tempo real aos criadores de conteúdo e influenciadores profissionais que monetizam seu alcance e influência sobre suas audiências. Como resultado, esses pais não podem avaliar completamente o impacto comercial desse conteúdo, mesmo enquanto a Geração Alpha consome e compartilha com seus pares.

“Quando éramos jovens, nossos influenciadores eram nossas mães,” observou Melissa Gonzalez, diretora na MG2 e mãe e tia de meninas da Geração Alpha. “A Geração Alpha tem acesso a esse palco muito maior de pessoas [nas redes sociais] das quais podem aprender e ser influenciadas.”

E a Geração Alpha é obcecada por conteúdo: mais de 51% dos Alfas aprendem sobre marcas por meio de vídeos do YouTube, segundo a Razorfish. A GWI também descobriu que enquanto a Geração Alpha usa principalmente mídias sociais para encontrar posts engraçados (61%) e memes (46%), eles também querem ver o que está em tendência e sendo discutido online (42%).

Marcas como Drunk Elephant e Stanley experimentaram esse “efeito influenciador” em primeira mão, e outras marcas podem usar esses estudos de caso para explorar como podem criar e compartilhar novamente conteúdo relevante para a marca para inspirar educação e descoberta.

Afinal, a Geração Alpha não são apenas consumidores; graças ao poder das mídias sociais, eles também são educadores, observou Gonzalez. “Quando pensamos sobre influência intergeracional, sua influência sobre os pais será ainda mais significativa. Eles conhecem as tendências antes de nós. O fenômeno Stanley é um ótimo exemplo disso.”

Dica 3 – Abraçar o uso intencional da tecnologia

A Geração Alpha já nasce digitalmente capacitada – eles são chamados de “crianças do iPad” por um motivo.

“Uma característica notável da Geração Alpha está em seu empoderamento pela tecnologia, em vez de dependência dela,” explicou Dani Mariano, Presidente da Razorfish. “Muitos Alfas possuem dispositivos digitais desde muito jovens, e o uso prolongado diminuiu a novidade associada às telas. Ao contrário da Geração Z, Alfas, por necessidade de aprendizado online durante a pandemia, adquiriram dispositivos pessoais em uma idade ainda mais precoce. Aos seis anos, a maioria deles já possui um tablet, e aos 10 anos a maioria tem seu próprio smartphone.”

No entanto, porque passaram vários anos altamente conectados à tecnologia e tiveram que aprender a aprender remotamente, eles agora priorizam a saúde mental e o uso intencional da tecnologia. Na verdade, 94% dos consumidores da Geração Alpha optam por atividades ao ar livre, exercícios ou uso reduzido de tecnologia como métodos para gerenciar sua saúde mental e se desconectar do mundo digital, de acordo com pesquisa da Razorfish.

As marcas devem considerar essa pesquisa ao elaborar suas estratégias omnichannel. Embora esses consumidores usem plataformas de jogos, redes sociais e outros aplicativos para consumir conteúdo e descobrir marcas e produtos, eles ainda buscam experiências físicas em lojas e em eventos comunitários.

No contexto brasileiro, é preciso que as marcas entendam a importância de incorporar estratégias de gamificação em suas interações com os consumidores, especialmente crianças e adolescentes. Reconhecer o impacto das mídias sociais e dos influenciadores na Geração Alpha, e aproveite o UGC para inspirar educação e descoberta também pode alavancar os negócios. Além disse, precisamos reconhecer que, apesar do acesso precoce à tecnologia, a Geração Alpha valoriza o equilíbrio entre o mundo digital e o físico, priorizando atividades ao ar livre e reduzindo o uso excessivo de dispositivos tecnológicos na hora de pensar nas estratégias de marketing.

 

Alicia Esposito para Retail Touch Points
Tradução e insights por Central do Varejo
Imagem: Envato