Operação
7-Eleven aposta em modelo japonês para revitalizar suas lojas nos Estados Unidos

A 7-Eleven pode ter sido pioneira no conceito de loja de conveniência nos Estados Unidos, mas sua reputação pouco inspiradora no país está forçando uma grande transformação em suas mais de 12 mil unidades no território americano.
Quase 70% da receita total da Seven & i Holdings, controladora da 7-Eleven, vem da América do Norte, sendo a maior parte gerada pelos Estados Unidos. Ainda assim, o desempenho abaixo do esperado levou a empresa japonesa a repensar o modelo de suas lojas no país.
“O lado americano continua sendo uma grande incógnita”, afirmou Lorraine Tan, diretora de pesquisa de ações para a Ásia na Morningstar. “Em termos de receita, é um grande contribuinte. Mas em termos de lucro, não é.”
No ano fiscal completo de 2024, o lucro líquido da Seven & i na América do Norte caiu cerca de 17%, e a companhia fechou 444 lojas com baixo desempenho. As vendas nas mesmas lojas e o tráfego anualizado também recuaram no primeiro trimestre de 2025.
“Eles estavam muito focados em expansão”, disse Neil Saunders, diretor administrativo da divisão de varejo e consumo da empresa de análise de dados GlobalData. “O que nem sempre acontece é a evolução do conceito e do formato das lojas de acordo com as mudanças nas necessidades do consumidor. Acho que a 7-Eleven caiu nessa armadilha.”
A Seven & i promoveu uma mudança em sua liderança em março de 2025, nomeando Stephen Dacus como novo CEO. Em agosto, Dacus afirmou que a empresa precisava realizar mudanças urgentes e que “o sucesso de longo prazo pode gerar certa complacência nos negócios.”
“Esta é a nossa oportunidade de nos redefinir e nos reinventar”, declarou Dacus.
Uma das principais frentes do plano é a reformulação do negócio de alimentos na América do Norte. Isso inclui oferecer opções mais saudáveis nas refeições prontas e introduzir alguns produtos populares do Japão, como os sanduíches de salada de ovo, que são sucesso nas lojas japonesas da rede.
A empresa também está expandindo a presença de restaurantes próprios dentro das lojas, como o Laredo Taco Company (herdado da aquisição da rede Stripes) e a Raise the Roost, especializada em frango com inspiração sulista. O plano prevê a abertura de 1.300 novas lojas em formato ampliado, com foco em alimentação, até 2030.
A companhia destacou que as lojas já reformuladas registraram um aumento de 45% nas vendas por unidade.
Embora os restaurantes possam atrair mais consumidores para as lojas 7-Eleven, também representam custos adicionais.
“Tenho opiniões mistas sobre o lado dos restaurantes”, avaliou Tan.
As atualizações fazem parte da preparação para uma potencial oferta pública inicial (IPO) da operação norte-americana de lojas de conveniência da 7-Eleven, prevista para 2026. A Seven & i pretende desmembrar o negócio, mantendo-se como acionista majoritária.
A empresa também ainda lida com as consequências da tentativa fracassada de aquisição, avaliada em US$ 47 bilhões, feita pela rival e segunda maior do setor, a canadense Alimentation Couche-Tard.
Imagem: Ruby Khoesial/Unsplash
Informações: Natalie Rice para CNBC
Tradução livre: Central do Varejo