Comportamento
Varejistas devem se preparar para o ‘comércio sem costura’
Especialista da KPMG prevê o fim da distinção entre varejo online e offline à medida que o engajamento do consumidor muda.
Chegará um momento em que quase nenhuma distinção será feita entre o varejo online e offline. Esse é o futuro previsto por Anson Bailey, Chefe de Consumo e Varejo da Ásia-Pacífico na KPMG, onde essa grande divisão se dissolve no que ele chama de “comércio sem costura”.
“[Isso] está realmente se referindo à próxima geração de varejo que vamos ver”, ele disse à Retail Asia.
Bailey destacou a necessidade dos varejistas desenvolverem capacidades conectadas e orientadas por dados para garantir que tenham a flexibilidade e a capacidade operacional para atender às crescentes expectativas de serviço e entrega de produtos no varejo omnichannel.
Compradores da geração Z
Esse futuro do comércio sem costura, conforme pintado por Bailey, responde às mudanças nos comportamentos dos consumidores, particularmente entre os compradores da Geração Z, que exigem flexibilidade e experiências de compra imersivas.
“Para esses consumidores da Geração Z, os gostos mudam muito, muito rapidamente. Você tem que estar preparado para mudar na velocidade da luz em termos desses gostos e interesses dos consumidores”, ele disse.
“Os varejistas têm que realmente seguir os consumidores. Se não seguirem, se não reagirem a esses consumidores, de repente vão descobrir que seus negócios foram para outro lugar”, ele alertou.
Citando o iminente, o especialista disse que os consumidores da Geração Z devem desempenhar um papel crucial na formação do cenário do comércio sem costura.
Só na China, estima-se que 300 milhões de consumidores da Geração Z irão emergir, com o dobro desse número no restante da Ásia. Bailey destacou como isso enfatiza a influência significativa deles no mercado.
“Esses consumidores da Geração Z são muito familiarizados com tecnologia, são muito digitais e esperam que os varejistas estejam antenados”, ele disse.
Preferências variadas
Destacando nuances regionais, Bailey também citou preferências contrastantes dos consumidores na região da Ásia-Pacífico. No Japão, por exemplo, a preferência dominante pelo shopping offline se deve ao contexto cultural, que contrasta com a inclinação da Indonésia para os canais online, impulsionada por fatores geográficos.
“Às vezes, você tem que olhar para os diferentes locais. Você tem que ser muito ágil e flexível em termos dessa estratégia de varejo”, enfatizou Bailey.
“Novamente, essa é a razão pela qual temos falado sobre como o comércio sem costura será muito importante”, acrescentou.
IA como facilitadora
A inteligência artificial (IA) tem o potencial transformador de melhorar o atendimento ao cliente e a personalização em diversos mercados regionais, segundo o especialista da KPMG.
“Não estou dizendo que a IA vai resolver todos os problemas”, Bailey disse à Retail Asia. “Mas a IA será uma facilitadora muito, muito boa para ajudar você e sua equipe a se conectar, atendê-los (consumidores) melhor, mais rápido e de maneira mais eficiente no futuro.”
Ele também prevê como a IA continuará a evoluir, revolucionando programas de fidelidade e estratégias de engajamento do consumidor por meio de análises preditivas avançadas.
Os programas de fidelidade desempenharão um papel crucial na coleta de dados do consumidor, complementados pela capacidade da IA de decifrar preferências e comportamentos com conjuntos de dados mais ricos, ele disse.
Essa sinergia deve redefinir como as empresas se conectam e atendem os clientes, garantindo uma abordagem mais personalizada e eficiente para atender às demandas do mercado em evolução.
Como uma observação final nesta entrevista, Bailey dirigiu-se aos varejistas: “Não fazer nada não é uma opção. Você tem que garantir que está adotando essas ferramentas como a IA, porque isso será realmente importante para o futuro.”
Imagem: Envato
Informações: Jaleen Ramos para Retail Asia
Tradução livre: Central do Varejo