Economia
Como as corridas de rua contribuem para as economias locais?
É comum ouvir falar sobre os benefícios que as corridas de rua trazem para as economias locais, mas os números podem ser confusos se você não entender o que significam. Você verá termos como FTEs, PIB, cifrões e números que chegam aos milhões, mas o que tudo isso realmente quer dizer?
No centro da maioria desses números estão estimativas baseadas em pesquisas feitas com participantes do evento, sobre quanto dinheiro que, de outra forma, não teria sido gasto, foi movimentado e quais benefícios surgiram a partir disso.
As corridas de rua, essencialmente, geram atividade econômica da mesma forma que o turismo. Viajar para uma corrida de rua é basicamente uma pequena viagem de férias para muitos corredores. A maior parte do dinheiro vem de algumas fontes óbvias, e as corridas maiores geralmente se beneficiam desproporcionalmente dessas fontes. Gastos com hospedagem e refeições são grandes contribuintes econômicos quando eventos de grande porte são realizados em centros econômicos. Corredores de fora da cidade precisam de um lugar para dormir e de comida para comer, enquanto os atletas locais não têm essa necessidade, e poucos atletas viajam para corridas pequenas, que não são em locais de destino.
Essa é parte da razão pela qual eventos como a Maratona de Chicago podem afirmar que geram quase US$ 250 milhões em atividade econômica, enquanto a Tamarack Ottawa Race Weekend gera cerca de US$ 30 milhões. Grande parte dos corredores da Maratona de Chicago não é da região e trata a corrida como uma viagem de férias. Eles vêm para a corrida, mas ficam por três ou quatro noites para conhecer a cidade, gastando dinheiro nesse período. A Tamarack Ottawa Race é um grande impulso para a economia de Ottawa, mas, proporcionalmente, não traz tanto por corredor quanto Chicago. Há mais locais participando e aqueles que vêm de fora da cidade são menos propensos a permanecer vários dias. Essa diferença se amplia conforme os eventos diminuem de tamanho.
Além disso, as corridas de rua atraem muitos espectadores. Amigos e familiares vêm para assistir seus entes queridos competirem e também gastam dinheiro enquanto estão na cidade ou assistindo às provas. Nos últimos anos, a Maratona de Nova York teve cerca de um milhão de espectadores.
Esses números enormes representam o produto interno bruto (PIB) mais o consumo intermediário que o evento gera.
Um número mais familiar para muitos seria a contribuição direta ao PIB que uma grande corrida gera. O PIB é o valor total de bens e serviços que um país ou região produz. Em 2012, a Ottawa Race Weekend gerou pouco menos de US$ 12,5 milhões para o PIB de Ontário. Esse é um número mais fácil de entender e familiar para mostrar os benefícios, ou a falta deles, que um evento gera para a comunidade.
Outro indicador comum é a criação de empregos gerada por um determinado evento. Isso geralmente é medido em empregos de tempo integral (FTE), que representam o número de horas de trabalho geradas na área em decorrência do evento. Quando você ouve que 200 empregos foram criados, pode não significar exatamente isso, mas sim o número equivalente de horas de trabalho que 200 pessoas teriam realizado ao longo de um ano.
O último número frequentemente citado é o dos impostos gerados pelo evento, que inclui os impostos municipais, provinciais e nacionais arrecadados pelo governo como resultado da atividade econômica em torno de uma corrida de rua. São dólares de impostos que o governo, supostamente, não teria arrecadado se a corrida não tivesse ocorrido, embora seja uma suposição pensar que o dinheiro gasto pelos corredores e suas famílias durante esses eventos não teria sido gasto de outra forma se a corrida não tivesse acontecido.
Em geral, à medida que a corrida cresce, maior é o benefício por corredor, pois as pessoas permanecem por mais tempo e gastam mais dinheiro, gerando mais empregos e arrecadação de impostos. É difícil argumentar que eventos de grandes corridas de rua não são benéficos para as cidades que os recebem e para as marcas que as patrocinam.
Imagem: Envato
Informações: Scott Leitch para Running Magazine
Tradução livre: Central do Varejo