Economia

Setor de alimentação prevê aumento de faturamento durante a Páscoa

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Levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) indica que 71% dos empresários do setor esperam aumento no faturamento durante o feriado prolongado da Páscoa, entre sexta-feira (18) e segunda-feira (21). Do total, 40% projetam uma alta entre 5% e 20% em relação ao mesmo período de 2023, o que corresponde à variação da inflação dos últimos 12 meses, medida em 5,48% pelo IPCA de março.

“O setor ainda enfrenta desafios notáveis, com mais de dois terços das empresas operando sem lucro”, afirmou o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci. “Por isso as datas sazonais, como a Páscoa, representam oportunidades de fortalecimento para muitas empresas que operam no limite.”

A Abrasel de São Paulo também prevê aumento expressivo nas vendas, especialmente para os estabelecimentos especializados em peixes e frutos do mar, que podem registrar crescimento entre 30% e 50% nas receitas em relação a uma semana comum. Segundo a entidade, mesmo os bares e restaurantes com cardápio variado podem observar aumento de até 15% na venda de pratos à base de peixe.

“É importante usar a criatividade e elaborar um menu especial para a data, incluir sobremesas à base de chocolate e investir em promoções”, afirmou Luiz Hirata, presidente do Conselho da Abrasel-SP. “Além disso, é essencial fazer uma programação e divulgar as ações nas mídias sociais, disponibilizando a opção de reservas antecipadas.”

Diante da alta de custos, especialmente nos preços dos alimentos nacionais e importados, o setor adota estratégias para preservar a margem de lucro. “Alguns estabelecimentos estão substituindo itens importados ou mais caros por alternativas locais e sazonais, mantendo a qualidade”, disse Joaquim Saraiva, diretor-executivo da Abrasel-SP. Ele também destacou ações como o controle de estoque, reaproveitamento de ingredientes e inclusão de pratos promocionais e combos como medidas para atenuar os impactos.

O setor supermercadista também espera crescimento nas vendas, mas em menor escala: entre 8% e 12%, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A expectativa se mantém mesmo com o aumento dos preços dos produtos sazonais. Ovos de chocolate e itens similares (barras, bombons e miniovos) registraram alta média de 14%. As colombas tiveram aumento de 5%. Entre os importados, o azeite subiu 18%, o bacalhau 10%, e os vinhos – tanto nacionais quanto importados – entre 7% e 7,5%.

“Apesar da pressão inflacionária nos itens sazonais, o cenário aponta para uma Páscoa de consumo aquecido”, afirmou o vice-presidente da Abras, Marcio Milan. “O equilíbrio entre renda disponível e ações comerciais bem estruturadas deve garantir o bom desempenho do período.” A entidade estima que 51% das compras relacionadas ao feriado devem ocorrer nesta semana, com concentração de 20% no sábado.

A expectativa positiva do setor, no entanto, pode ser impactada pelo cenário econômico atual. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) prevê estabilidade nas vendas de Páscoa em relação ao ano anterior. De acordo com o Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP (IEGV/ACSP), os fatores que contribuem para esse cenário são a alta dos preços do chocolate, impulsionada pelo aumento do cacau, o nível elevado de endividamento das famílias e a inflação nos produtos básicos.

“Apesar de o emprego e a renda continuarem crescendo, os fortes aumentos do preço do chocolate, motivados pela disparada no preço do cacau, num contexto de elevado endividamento e alta inflação de produtos básicos, deverão deixar o volume de vendas praticamente igual ao ano passado”, afirmou o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa.

Com informações de Agência DC News
Imagem: Reprodução

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