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iFood apresenta no Web Summit Rio como está usando IA para redefinir o futuro da tecnologia no Brasil

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No último dia do Web Summit Rio, o CEO do iFood, Diego Barreto, subiu ao palco para compartilhar a jornada da empresa no uso de inteligência artificial com a palestra “AI-Driven Innovation: How iFood is Redefining the Future of Tech”. A apresentação destacou como a tecnologia já está profundamente integrada às operações do iFood e defendeu que o Brasil pode ser protagonista no uso de tecnologias de fronteira.

“Há poucos anos, falar de inteligência artificial no Brasil parecia coisa de ficção científica”, começou Barreto. “Hoje, temos uma empresa brasileira liderando essa transformação, mostrando que a IA não é só possível aqui — ela já é realidade.”

IA além do hype: resultados concretos

A palestra mostrou que, longe de ser apenas uma promessa, a IA já é parte integrante do dia a dia do iFood. Segundo Diego, a empresa possui hoje 170 modelos de IA distribuídos por todas as áreas — não há mais uma equipe centralizada, e sim uma cultura organizacional onde cada setor atua com autonomia e dados.

Entre os resultados práticos, destacam-se modelos de predição de entregadores disponíveis, que reduziram drasticamente os cancelamentos por falta de logística. Outro exemplo foi o sistema de reaquisição de clientes, que usa IA para otimizar campanhas e já reduziu em 20% o custo por aquisição. No combate a fraudes, os modelos elevaram a taxa de aprovação de transações para 97,6%, mantendo a segurança sem comprometer a experiência do usuário.

De Excel a SQL: uma mudança cultural

Para atingir esse nível de integração, a mudança não foi apenas tecnológica — foi cultural. O iFood iniciou essa jornada em 2018, ao visitar a China e perceber que a IA já deixava os laboratórios rumo ao uso comercial. Desde então, a empresa implementou uma cultura de dados, onde todos — de marketing a jurídico — precisam ter familiaridade com ferramentas como SQL.

“Você usava Excel? Agora vai modelar em SQL”, disse Diego, explicando que a empresa passou a contratar e treinar colaboradores com base na capacidade de lidar com dados. “Não é dureza, é respeito à direção que a empresa está tomando”, completou.

O fim da lógica do “search”

Barreto traçou ainda uma linha do tempo da evolução tecnológica: do search, em que o usuário procura algo, à personalização, e agora ao “assist to buy”, onde sistemas proativos ajudam o consumidor a tomar decisões com base em seus hábitos e contexto. Ele citou o Perplexity e o TikTok Shop como exemplos de plataformas que já operam com esse novo paradigma.

“A lógica do search está morrendo. O futuro é prever o que você quer antes mesmo que você saiba. Isso não é mais PowerPoint, é realidade”, afirmou.

No iFood, esse futuro já está sendo construído. Barreto contou como dados de comportamento, localização e compras são usados para prever demandas e oferecer serviços personalizados. “Se você sai de Florianópolis para Brasília e faz um pedido grande, sei que viaja com a família. Posso te oferecer um empréstimo em 12 vezes. É isso que estamos construindo”, explicou.

Inovação com responsabilidade e cultura forte

Barreto também ressaltou a importância de não terceirizar a inovação. Para ele, comprar soluções prontas e usar o mesmo que todos os concorrentes não é suficiente para gerar vantagem competitiva. “Você precisa criar modelos próprios, com dados próprios. Só assim você ganha algo de fato”, defendeu.

A cultura também foi ponto central. Segundo o CEO, a empresa não negocia com quem não segue os pilares da inovação. “Você pode ser brilhante, mas se não acompanha a cultura de dados, não tem espaço. A empresa tem direção”, disse.

Uma visão para o Brasil

Encerrando a palestra, Barreto fez um apelo à nova geração de profissionais de tecnologia: que deixem para trás a chamada “síndrome de vira-lata” e assumam o papel de transformar o Brasil em referência global.

“O Brasil tem talento, criatividade e energia. Essa geração aqui tem a chance de apagar o vocabulário de quem duvida disso. Nós acreditamos em um país que não é linear, que inova, que não nega os fatos e se adapta rápido”, concluiu, sob aplausos da plateia.

A palestra de Diego Barreto não apenas mostrou o que o iFood já conquistou com inteligência artificial, mas também ofereceu uma visão clara e inspiradora de como o Brasil pode liderar a inovação global — com estratégia, cultura forte e coragem para sonhar grande.

Imagem: Ygor Piva

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