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5 maneiras pelas quais os varejistas podem construir reinvenção e resiliência

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A confiança do consumidor em declínio, os contínuos problemas na cadeia de suprimentos, as flutuações de preços e a escassez de mão de obra são apenas alguns dos desafios que os varejistas enfrentaram nos últimos anos. Agora, sua capacidade de adaptação está sendo novamente colocada à prova, diante de um novo conjunto de ventos econômicos contrários, impulsionados por um cenário macroeconômico, político e tarifário em rápida evolução.

Isso inclui enfrentar pressões significativas sobre as margens de lucro devido ao aumento dos custos de produção, resultado de novas tarifas sobre matérias-primas e produtos acabados importados — com aumentos de preços esperados entre 5% e 16% em setores-chave como vestuário, móveis para casa, produtos de beleza e alimentos. A dependência de importações nesses setores pode ultrapassar 25% a 30%, aumentando ainda mais a pressão.

Efeitos em cascata

A pressão inflacionária prolongada que levou ao aumento de preços nos últimos anos já levou muitos consumidores ao limite do que podem pagar. Qualquer aumento adicional provavelmente fará com que os consumidores ajustem ainda mais seus gastos — trocando por alternativas mais baratas ou deixando de consumir certos produtos. Os varejistas estão entre a cruz e a espada: precisam controlar custos sem perder competitividade.

Neste cenário, simplesmente “fechar as escotilhas” e esperar que a tempestade passe não é uma estratégia sustentável. Em vez disso, a resiliência e a adaptabilidade devem estar no topo da agenda de todo varejista.

Presente e futuro

Isso significa ser ágil e estar pronto para reajustar o negócio à medida que o mercado muda. Não basta apenas cortar custos e eliminar ineficiências; os varejistas precisam se preparar proativamente para mudanças fundamentais na demanda, nas condições financeiras e no comércio global.

Então, para onde devem ser direcionados tempo, recursos e investimentos para fortalecer a resiliência? Há várias áreas-chave a considerar:

1. Resiliência empresarial e financeira

Tudo começa com o investimento em um núcleo digital capaz de promover agilidade e inovação, com dados e inteligência artificial para diferenciação, plataformas para acelerar o crescimento, além de experiências de nova geração e tecnologia operacional otimizada como ferramenta de resiliência.

O planejamento de cenários deve estar incorporado em toda a organização, permitindo que os varejistas compreendam profundamente toda a gama de riscos e oportunidades de curto e longo prazo.

Trata-se de entender melhor como o cenário pode mudar, como isso afetaria o desempenho em diferentes áreas do negócio e desenvolver estratégias flexíveis que possam se adaptar a vários desfechos — e serem ajustadas conforme necessário.

Por exemplo, se um fornecedor em determinada região sofre uma interrupção, o varejista precisa ter um plano pronto para mudar rapidamente para outro fornecedor, sem interrupções.

2. Resiliência operacional

Em seguida, os varejistas devem repensar como gerenciam sua estrutura de custos, rede e logística. É aí que a inteligência artificial (IA) e outras tecnologias avançadas, como a IA generativa e a IA agente, podem fazer a diferença.

Imagine uma representação virtual de toda a sua cadeia de suprimentos — um “gêmeo digital” — que usa dados em tempo real para testar diferentes cenários de resposta. Isso pode ajudar os varejistas a identificar problemas potenciais, como atrasos no transporte ou problemas de qualidade, e agir proativamente para resolvê-los antes que se agravem.

A IA também pode otimizar o gerenciamento de estoque, garantindo que os produtos certos estejam nos locais certos, no momento certo, mesmo diante de flutuações de demanda.

Veja o caso da Lowe’s, que está aprimorando suas previsões de demanda sazonal com uma solução baseada em IA para aumentar sua agilidade operacional e capacidade de responder de forma rápida e precisa às variações nas demandas dos clientes e do mercado. Isso não só evita excesso de estoque e mantém uma cadeia eficiente, mas também melhora a satisfação do cliente, ao garantir a disponibilidade dos produtos mais procurados.

3. Resiliência comercial

Já observamos uma desaceleração nos gastos discricionários, com muitos consumidores buscando formas de esticar seus orçamentos. Os varejistas que investem em entender e atender às necessidades dos clientes — especialmente em tempos econômicos difíceis — têm mais chances de serem recompensados com sua lealdade.

É nesse ponto que entram a hiperpersonalização, microsegmentação e IA agentic. Por exemplo, um varejista pode usar IA para analisar o histórico de compras e preferências de um cliente e, em seguida, oferecer um desconto personalizado em um produto que ele provavelmente compraria. Isso não apenas otimiza o gasto com promoções, mas também aumenta a efetividade da marca, construindo vínculos mais fortes e incentivando a recompra.

4. Resiliência das pessoas

As pessoas estão no centro de qualquer organização resiliente. No entanto, preocupações dos colaboradores com inflação, insegurança no emprego e mudanças no mercado de trabalho desafiam a moral e a retenção de talentos. A boa notícia é que as empresas têm uma variedade de recursos à disposição para construir uma força de trabalho mais ágil e resiliente.

O monitoramento em tempo real do sentimento dos colaboradores pode ajudar a identificar pontos de estresse e preocupações emergentes, permitindo ações direcionadas para apoiar o bem-estar e a produtividade. Simplificar processos e integrar a IA para que os funcionários possam trabalhar lado a lado com tecnologias avançadas, por meio de programas de capacitação e atualização, é fundamental.

Ao empoderar os funcionários para prosperar em meio às mudanças, os varejistas garantem que sua força de trabalho continue sendo uma vantagem competitiva.

5. Resiliência tecnológica

O ritmo e a complexidade das mudanças exigem uma infraestrutura tecnológica adaptável e confiável. A IA deve desempenhar um papel central — não apenas por meio da automação, mas através do uso estratégico de tecnologia e talentos voltados para as oportunidades e riscos mais críticos. Isso exige organizar equipes multifuncionais que alinhem as capacidades da IA com as prioridades estratégicas.

Para manter os sistemas tecnológicos funcionando e garantir a segurança das operações centrais, uma estratégia robusta de cibersegurança é essencial. Ela protege contra ameaças e mantém a confiança dos clientes, especialmente numa era em que vazamentos de dados podem gerar danos significativos à reputação.

Prontos para a resiliência

A indústria do varejo sempre foi sobre saber navegar mudanças. É essa capacidade de adaptação e inovação que será o verdadeiro diferencial nos próximos anos. Ao transformar os desafios em oportunidades e investir em resiliência, os varejistas não apenas conseguirão superar a tempestade atual, como também emergirão mais fortes, mais competitivos e melhor preparados para enfrentar os choques futuros.

Imagem: Reprodução
Escrito por Jill Standish para CSA
Tradução livre: Central do Varejo

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