Franchising
Setor de apostas online registra crescimento acelerado e concentração regional, aponta estudo

A BigDataCorp divulgou uma nova edição do estudo “CNPJs do Brasil”, com foco especial nas empresas cadastradas com o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) que permite a atuação com exploração de apostas e jogos de azar pela internet. Embora nem todas as empresas possuam licença para operar, todas apresentam o código necessário para exercer essa atividade.
Segundo o levantamento, o número de empresas cadastradas no setor de apostas online passou de aproximadamente 840 no final de 2022 para mais de 2.100 no fim de 2024, representando um crescimento de 153%. Em 2025, a projeção é de mais de 1.200 novos CNPJs no segmento, o que representaria uma alta de 61,52% em relação ao ano anterior.
O estudo também apontou uma concentração desproporcional dessas empresas nas regiões Norte e Nordeste. Embora juntas essas regiões representem 19,47% do total de CNPJs do país, concentram 37,34% das empresas do setor de apostas online. Destaques incluem o Amazonas, que representa 0,95% de todas as empresas do país, mas responde por 3,49% das do setor; o Ceará (2,66% do total vs. 5,5% do setor); o Maranhão (1,29% do total vs. 3,36% do setor); e o Rio Grande do Norte (1,1% do total vs. 3,23% do setor).
O estudo identificou ainda uma participação superior à média de empresas sediadas fora do Brasil. Enquanto apenas 0,34% do total de CNPJs brasileiros estão no exterior, 0,87% das empresas do setor de apostas online têm sede fora do país — proporção 2,6 vezes maior do que o esperado.
De acordo com o CEO da BigDataCorp, Thoran Rodrigues, diferentes fatores explicam essa distribuição. “O mercado de apostas online começou no exterior, então não é tão surpreendente que tenhamos uma grande proporção de empresas de fora atuando no setor. No caso das regiões Norte e Nordeste, existe uma combinação de mercado e oportunidade. De um lado, pessoas de renda mais baixa são, mesmo que indiretamente, o público-alvo dessas empresas, e esses estados concentram essa população. Do outro lado, a oportunidade de entrar em um mercado em crescimento e inexplorado era praticamente irresistível”, afirmou.
Bets diminuíram faturamento do varejo, afirma entidade
Outro levantamento, divulgado em janeiro pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apontou que o varejo brasileiro deixou de faturar R$ 103 bilhões em 2024 devido ao redirecionamento de recursos das famílias para plataformas de apostas, conhecidas como bets. O estudo, intitulado O Panorama das Bets, utilizou dados do Banco Central que mostram que os brasileiros destinaram cerca de R$ 240 bilhões às apostas online ao longo de 2024.
Segundo a CNC, os dados indicam que as bets contribuem para o endividamento e vício, com impactos socioeconômicos que vão além dos apostadores, afetando toda a sociedade.
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