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Inflação de junho fica em 0,24%, com alimentos em baixa e conta de energia em alta
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgado ontem pelo IBGE, a inflação de junho fechou em 0,24%, na quarta desaceleração seguida do índice. Os preços dos alimentos foram os principais responsáveis por puxar a inflação para baixo durante o mês, enquanto a energia elétrica residencial marcou a principal alta.
Apesar da sequência de desaceleração, em junho a inflação estourou oficialmente a meta do governo, de 3%, com tolerância de 1,5% para mais ou para menos — ou seja, máximo de 4,5%. O acumulado de 12 meses, considerado para a meta, foi de 5,35%, acima dos 5,32% dos 12 meses exatamente anteriores. Já o acumulado do ano, no primeiro semestre, foi de 2,99%.
Entre os nove grupos analisados, apenas Alimentação e bebidas (-0,18%) teve baixa, com impacto de -0,04 p.p. no índice. A alimentação no domicílio foi a que mais baixou (-0,43%), com diminuição dos preços dos seguintes itens: ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). Do lado das altas na alimentação, destaca-se o tomate (3,25%); o café, que continua subindo de preço, desacelerou significativamente entre maio (4,59%) e junho (0,56%).
O grupo que mais pressionou para cima a inflação em junho foi Habitação (0,99%), com o preço da energia elétrica residencial (2,96%), e acúmulo de alta de 6,93% no primeiro semestre. A alta do item vem principalmente da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta uma cobrança de R$ 4,46 a cada 100 quilowatt/hora consumidos.
“Com alta de 6,93% no primeiro semestre do ano, a energia elétrica residencial tem pesado no bolso das famílias, registrando o principal impacto positivo individual (0,27 p.p.) no resultado acumulado de 2025. Esta variação é a maior para um primeiro semestre desde 2018, quando foi de 8,02%”, destaca Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.
Veja as alterações de todos os grupos:
- Alimentação e bebidas: -0,18%
- Habitação: 0,99%
- Artigos de residência: 0,08%
- Vestuário: 0,75%
- Transportes: 0,27%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,07%
- Despesas pessoais: 0,23%
- Educação: 0,00%
- Comunicação: 0,11%
O IBGE também divulgou os resultados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que se refere à inflação para as famílias com renda entre um e cinco salários mínimos. Em junho, o resultado foi de 0,23%, com acumulado de 5,18% nos últimos 12 meses, e de 3,08% no ano. No INPC, os produtos alimentícios tiveram deflação de -0,19%.
Imagem: Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil