Operação
Starbucks suspende licença para uso da marca no país
SouthRock, gestora responsável pelo uso da marca no país e em recuperação, entrou na Justiça para reverter decisão
A recuperação judicial da SouthRock, gestora responsável pelas operações de marcas como Subway, Eataly e Starbucks no Brasil, teve um fator considerado crucial para ser homologada na última terça-feira (31). De acordo com o documento enviado pela empresa ao Tribunal de Justiça de São Paulo, na última semana, a cafeteria americana suspendeu a licença para o uso de sua marca no país.
O pedido de recuperação judicial relata que, no dia 13 de outubro, a Starbucks Coffee International Inc. enviou uma notificação de rescisão à SouthRock, solicitando que os acordos de licença sejam imediatamente suspensos.
A gestora de private equity tenta, na Justiça, reverter a decisão, argumentando que as atividades da cafeteria são “absolutamente essenciais”, principalmente para sanar suas dívidas, que chegam à marca de R$ 1,8 bilhão. Atualmente, a SouthRock opera 187 lojas Starbucks em território nacional.
No documento de recuperação judicial, consta que a Starbucks pediu a rescisão do acordo de licenciamento de marca por falta de pagamentos da SouthRock, que não estaria cumprindo com suas obrigações, como o pagamento de royalties, por exemplo.
A gestora brasileira argumenta que estava em negociações com a empresa americana há duas semanas para a repactuação das dívidas, tendo encontros para troca de informações e em busca de um caminho que fizesse sentido para ambas as partes.
No entanto, a Starbucks Coffee International encerrou as negociações no final da última sexta, “de modo inesperado e, em certa medida, contraditório”, segundo o pedido de recuperação judicial da SouthRock, que foi protocolado juntamente com a liminar para o bloqueio da rescisão do acordo com a Starbucks.
A SouthRock considera fundamental a manutenção da marca Starbucks para o andamento dos negócios. De acordo com a empresa, o faturamento bruto da gestora através das lojas e cafeterias Starbucks é uma fatia “relevantíssima” do seu fluxo de caixa, ultrapassando o montante de R$ 50 milhões por mês.
A gestora considera, inclusive, que se a rescisão for aceita e a marca Starbucks não puder mais ser utilizada, “o Grupo SouthRock experimentará o verdadeiro estrangulamento de seu fluxo de caixa”. Até o momento, as unidades da Starbucks no Brasil seguem operando normalmente.
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