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À medida que a IA ganha espaço nas nossas vidas, as experiências imersivas reafirmam o seu valor

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A tecnologia trouxe-nos conveniência, velocidade e conhecimento, mas também tem provocado uma crescente fadiga digital e uma sensação de distanciamento do mundo físico e sensorial. Neste contexto, as experiências imersivas emergem como uma resposta poderosa – e cada vez mais valorizada – à necessidade humana de ligação emocional, atenção plena e significado.

Segundo insights partilhados na NRF 2025, uma das grandes forças em ascensão é o escapismo consciente. Na palestra  “Global retail trends: why the human touch is key to leverage AI” de Kate Ancketill, CEO and fundadora da GDR Creative Inteligence, Ancketill referiu que as marcas devem “criar oportunidade para atravessar para outro mundo, um mundo fantástico, onde podemos deixar para trás as nossas preocupações e ansiedades e vivenciar admiração, alegria, efervescência coletiva!”.

Esta tendência reflete o crescente desejo – mesmo que temporariamente – de desligar do ruído quotidiano, da ansiedade digital e das tensões sociais, procurando experiências que ofereçam refúgio, encantamento, ou simplesmente um reencontro com o “aqui e agora”. Mas não se trata de fugir da realidade de forma inconsequente: trata-se de procurar momentos conscientes de pausa.

As experiências imersivas, sejam tecnológicas ou artísticas, são plataformas para criar ligação emocional, ativar a criatividade e criar boas memórias. 

A edição 2025 da Milano Design Week evidenciou uma clara aposta das marcas nas experiências imersivas – e tive a oportunidade de viver algumas dessas propostas.

experiências imersivas

A Glo e Ploom apresentaram instalações imersivas convidando os visitantes a uma a uma experiência visual única, através de jogos de luzes, cores e padrões vibrantes que uniram arte, tecnologia e design.

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A Lexus apresentou a instalação imersiva “A-Un”, uma obra que explorou a ligação intuitiva entre humanos e tecnologia. O centro da experiência centrou-se na “Black Butterfly”, uma estrutura em fibra de bambu que reagia aos batimentos cardíacos dos visitantes, simbolizando a fusão emocional entre utilizador e máquina, criando uma experiência sensorial ímpar. A instalação foi complementada pela exposição “Discover Together”, que apresentou interpretações criativas do mesmo conceito por parte de artistas e designers internacionais.

Já a Guess regressou ao evento com uma experiência multisensorial para lançar a sua nova fragrância masculina, “GUESS ICONIC for Men”. A instalação foi dividida em três zonas temáticas:

  • Guess Express: um espaço inspirado num comboio, onde os visitantes embarcavam numa viagem olfativa através das notas de topo da fragrância, acompanhados por projeções sensoriais de paisagens de viagem.
  • Guess Grand Hotel: um ambiente sofisticado que remetia a um lobby de hotel, apresentando malas e acessórios da marca, enquanto elevadores personalizados difundiam as notas médias da fragrância.
  • Guess Garden: um jardim estilo éden italiano, onde os visitantes eram envolvidos pelas notas de base da fragrância, integradas num cenário de vegetação exuberante e elementos naturais.

Estas ativações demonstram como as marcas estão a utilizar experiências imersivas para criar ligações emocionais com os consumidores, oferecendo não apenas produtos, mas também narrativas de marca envolventes e, provavelmente, inesquecíveis.

Imagens: Elisabete Galiano

Leia também: Milano Design Week 2025: um palco de experiências e inovação


*Elisabete Galiano é formada em Gestão e conta com mais de 18 anos de experiência em Marketing no setor de FMCG (Fast Moving Consumer Goods). É Head of Strategic Plant Based Food Category na Sumol Compal, empresa líder no mercado de bebidas não alcoólicas em Portugal. Reside em Lisboa e tem um interesse especial por marcas, inovação e tendências.

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