Operação
Amazon processa Perplexity por uso não autorizado de agentes de IA em sua plataforma de e-commerce
A Amazon entrou com um processo judicial contra a Perplexity na terça-feira (4) no Tribunal do Norte da Califórnia, alegando que a startup estaria acessando de forma indevida o site de e-commerce da companhia por meio de seus agentes de inteligência artificial Comet. A ação foi precedida por uma notificação extrajudicial enviada na sexta-feira, em que a Amazon acusou a Perplexity de “disfarçar o Comet como um navegador Google Chrome” e de não identificar seus agentes ao operar dentro da Amazon Store, realizando compras em nome de usuários sem autorização.
Segundo a Amazon, a prática viola leis de fraude e abuso de computadores, podendo colocar em risco a segurança dos dados dos clientes. A empresa também afirma que o sistema da Perplexity não garante as melhores ofertas aos consumidores e teria feito uso indevido de benefícios do programa Prime. No processo, a Amazon pede indenização por danos e medidas cautelares para impedir a prática.
A Perplexity respondeu que a ação representa uma “ameaça à liberdade de escolha do usuário” e afirmou que a Amazon “não acredita no direito de o consumidor contratar assistência ou delegar tarefas a um agente”. Em publicação nesta terça-feira, a empresa defendeu que suas operações são seguras e que as credenciais de login dos usuários são protegidas durante o uso do Comet.
A Amazon, em comunicado separado, alegou que o Comet oferece uma “experiência de compra e atendimento ao cliente significativamente degradada”. O CEO Andy Jassy reiterou essa visão em teleconferência com analistas na semana passada, destacando que a companhia está investindo em sua própria tecnologia de agentes de IA, como o assistente Rufus, e que pretende colaborar com agentes de terceiros que mantenham padrões adequados de experiência ao consumidor.
“Esperamos, ao longo do tempo, firmar parcerias com agentes externos. Mas precisamos garantir que a experiência do cliente seja boa. Atualmente, ela não é. Falta personalização, histórico de compras, estimativas corretas de entrega e precisão de preços”, disse Jassy.
A Amazon declarou ainda que já havia solicitado repetidas vezes à Perplexity a retirada de sua plataforma do ambiente do Comet. “Aplicativos de terceiros que realizam compras em nome de clientes devem operar de forma transparente e respeitar a decisão dos provedores de serviço sobre participar ou não”, afirmou a empresa.
Em resposta, a Perplexity disse que o Comet facilita a comparação de produtos e compras para os consumidores e criticou o modelo comercial da Amazon. “Mas a Amazon não se importa”, afirmou a startup em publicação. “Eles estão mais interessados em veicular anúncios, resultados patrocinados e influenciar as decisões de compra com ofertas confusas.”
O caso ocorre em um momento em que varejistas ampliam o uso de inteligência artificial generativa em suas operações. Consumidores também têm recorrido a chatbots de IA para descobrir e adquirir produtos, tendência que ganhou força após o lançamento de uma funcionalidade de checkout direto no ChatGPT no início deste ano.
Imagem: Reprodução
Informações: Dani James para Retail Dive
Tradução livre: Central do Varejo
