Bom para o planeta, bom para o bolso: sustentabilidade impulsiona o varejo digital

Nos últimos 12 meses, uma das principais tendências identificadas entre os negócios digitais que mais cresceram — segundo o ranking Digital 100 da Similarweb — foi a sustentabilidade. Marcas que abraçaram o apelo por responsabilidade ambiental e redução de desperdício conquistaram crescimento expressivo em acessos web e usuários de aplicativos, mesmo em setores tradicionalmente desafiadores, como moda e vestuário.

A sustentabilidade ainda importa em 2025? Em um cenário onde questões ambientais muitas vezes são descredibilizadas como “modismo” ou supostamente irrelevantes para o lucro, enquanto inflação e guerras tarifárias preocupam, a resposta é: sim, ainda importa — e muito.

Mas com uma condição: a mensagem “bom para o planeta” precisa estar alinhada com “bom para o bolso”. Essa combinação tem se mostrado particularmente eficaz para muitas das marcas que mais cresceram em 2024.

Economia circular em alta: o consumo de produtos reutilizados está mudando o jogo

A ascensão da economia circular — em que produtos são reutilizados, revendidos ou reaproveitados — se destacou no crescimento digital nos EUA entre 2023 e 2024. Marcas que não apenas praticam, mas promovem a sustentabilidade em seus produtos, conquistaram destaque no ranking.

Entre os principais cases de sucesso estão:

• Lush (cosméticos sustentáveis) – Acessos ao site aumentaram 138%

• Too Good to Go (redução de desperdício de alimentos) – Usuários mensais do app cresceram 97%

• Depop (moda circular) – Usuários do app subiram 45%

• Waterdrop Filter (produtos para casa eco-friendly) – Acessos cresceram 75%

• Back Market (eletrônicos recondicionados) – Aumento de 42% nos usuários do app

Nos segmentos de beleza, bem-estar, casa e jardim, marcas éticas e sustentáveis ganharam tração expressiva.

Apesar das preocupações com a economia e o poder de compra, muitos consumidores continuam priorizando marcas com compromisso ambiental. E essas empresas sabem como comunicar bem suas missões. Alguns exemplos de mensagens diretas em seus sites:

• Lush: “Acreditamos que cuidar do meio ambiente é responsabilidade de todos, incluindo nossa equipe e nossos clientes.”

• Back Market: “Compre e venda tecnologia que faz bem para o planeta.”

• Depop: “Compre por menos. Venda de graça. Mantenha a moda circular.”

O papel da Geração Z no consumo sustentável

Os dados também mostram que consumidores mais jovens são os principais impulsionadores dessa mudança de comportamento. Marcas sustentáveis concentram uma fatia maior do público com menos de 35 anos, quando comparadas à média do setor.

Mesmo enfrentando maiores desafios financeiros, esses consumidores não veem economia e sustentabilidade como opostos. Eles buscam formas de economizar sem abrir mão de responsabilidade ambiental.

Exemplo disso é a Back Market, que atende tanto à demanda por eletrônicos sustentáveis quanto à busca por preços mais acessíveis. Durante a Black Friday de 2024, observou-se um aumento significativo na busca por dispositivos premium recondicionados, como iPhones e MacBooks — alternativa para quem deseja qualidade, mas não quer (ou não pode) pagar o valor de um novo.

Números que comprovam: sustentabilidade vende

Ao analisar os produtos vendidos na Amazon.com com apelo sustentável, identificou-se que:

• Produtos sustentáveis tiveram crescimento de 53,8% no tráfego digital em 2024;

• A média geral de crescimento da plataforma foi de 10,5%.

No setor de moda:

• Marcas sustentáveis cresceram 8% em audiência de e-commerce;

• Enquanto isso, o setor como um todo caiu 6,7%;

• Em tráfego total (incluindo visitas repetidas), as sustentáveis subiram 27,8%, e o restante caiu 6,4%.

Investir em sustentabilidade não é só uma boa ação — é uma boa estratégia de negócios.

A mensagem é clara: as marcas que querem crescer no ambiente digital precisam considerar a sustentabilidade como parte da sua estratégia de expansão. Mas atenção: as iniciativas precisam ser reais, integradas e alinhadas à proposta de valor da empresa — e, sempre que possível, conectadas a preços acessíveis.

Sua marca está pronta para dar esse passo?

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Imagem: Envato
Informações: Laurie Naspe para RetailTouch Points
Tradução e adaptação: Central do Varejo