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Brasil supera 64 milhões de CNPJs e registra aumento na mortalidade de empresas

A BigDataCorp divulgou a segunda edição do estudo “CNPJs do Brasil”, que apresenta uma análise sobre o cenário empresarial no país. Segundo os dados, em março de 2025, o Brasil superou a marca de 64 milhões de CNPJs registrados, o que representa um aumento de 7,72% em relação ao mesmo período de 2024. Considerando apenas os CNPJs de empresas ativas, o crescimento foi de 16,11%, passando de 21,8 milhões para 25,3 milhões.
A expansão no número de empresas ativas foi impulsionada principalmente pelo segmento de micro e pequenas empresas. As microempresas individuais (MEIs) cresceram 20,90% em 12 meses e hoje correspondem a 78,74% dos CNPJs ativos no país. Já as pequenas empresas familiares, formadas por dois ou mais sócios de uma mesma família, representam 9,75% do total. Juntas, microempresas e pequenas empresas familiares somam 88,49% das organizações brasileiras.
De acordo com Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp, o crescimento está ligado a duas tendências principais. “Primeiramente, temos o forte fenômeno da ‘pejotização’ das relações de trabalho. Nesse contexto, muitas pessoas que antes eram empregadas com carteira assinada no modelo tradicional passaram a atuar como prestadoras de serviços, estruturando suas atividades como empresas”, afirma.
O estudo aponta que atividades como “promoção de vendas” e “apoio administrativo” lideraram entre os novos registros de CNPJs em 2024, sendo utilizadas com frequência por profissionais que migraram para o modelo de Pessoa Jurídica. Esses dois segmentos responderam por 6,76% dos CNPJs abertos no ano.
Rodrigues também destaca a formalização de pequenos negócios como outra tendência observada. “A formalização de pequenos negócios, especialmente aqueles vinculados à chamada ‘gig economy’, é a segunda grande tendência apontada pelo estudo. Como exemplo, observamos que diversas atividades no setor de transporte, tanto de passageiros quanto de cargas, tiveram uma participação acima do esperado nas aberturas de empresas”, completa.
Além do transporte, o crescimento de novos registros também ocorreu em setores como o pequeno comércio e serviços essenciais, como salões de beleza e atividades de manicure.
O levantamento também identificou um aumento na mortalidade empresarial. Proporcionalmente, mais empresas encerraram as atividades em 2024 do que em qualquer outro ano, com exceção de 2021, durante a pandemia. Uma das principais causas desse movimento, segundo a BigDataCorp, é a normalização do cenário econômico.
O setor de preparação de alimentos para entrega registrou 1,66% dos encerramentos de empresas em 2024, indicando uma retração em um mercado que havia crescido de forma considerável entre 2020 e 2022.
“Essa aceleração nos fechamentos, quando combinada com o aumento das aberturas, aponta para uma maior volatilidade no mercado brasileiro, com empresas menos longevas e mais churn”, finaliza Rodrigues.
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