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RedaçãoO Carrefour na Bélgica está dando um passo pioneiro na direção da economia circular e da sustentabilidade com o lançamento de sua nova loja pop-up, Carrefour Reeborn, localizada em Bruxelas. A novidade, que permite aos clientes comprar e vender itens de segunda mão, representa uma resposta ao crescente interesse dos consumidores por produtos sustentáveis.
Abrindo suas portas de 18 de abril a 15 de setembro, a loja oferece aos visitantes a oportunidade de vender uma variedade de itens não alimentícios, incluindo roupas, móveis, bicicletas e brinquedos. Em troca, os clientes podem acumular ‘Pontos de Bônus Carrefour’, que podem ser usados para fazer compras em qualquer loja Carrefour de sua escolha. Além disso, as lojas físicas do Carrefour também têm a oportunidade de vender seu estoque excedente de produtos não alimentícios através da plataforma Reeborn.
Essa iniciativa, que está sendo rotulada como uma novidade na Europa, é fruto de uma colaboração com a startup Reckon AI, especializada em micro-lojas equipadas com inteligência artificial. O objetivo é não apenas promover a sustentabilidade ambiental, mas também oferecer aos consumidores uma experiência de compra única e inovadora.
De acordo com José Fugice, CEO do Ecossistema Goakira e especialista em franquias e varejo, essa iniciativa do Carrefour reflete uma tendência crescente entre os consumidores, especialmente a Geração Z, que valoriza cada vez mais a sustentabilidade e a economia compartilhada. “A pesquisa realizada pelo Boston Consulting Group e pelo site de revenda Vestiaire revelou que 31% da Geração Z está disposta a comprar produtos de segunda mão e 44% está disposta a vendê-los para outras pessoas”, explica Fugice. “Isso está diretamente ligado à valorização da sustentabilidade por essa geração e também à busca por alternativas econômicas em meio às incertezas econômicas pós-pandemia”.
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No entanto, Fugice destaca que, apesar do crescimento do mercado de revenda, ainda existem desafios, especialmente no que diz respeito à questão tributária. “A barreira de entrada é relativamente baixa, então nada impede que outros players comecem a fazer o mesmo”, observa. “Atualmente, os governos tendem a fechar os olhos para a tributação dessas transações, mas à medida que o mercado de revenda ganha mais visibilidade e relevância, é provável que os governos comecem a considerar maneiras de tributar essas atividades, assim como está fazendo com o bitcoin”.
Diante desse cenário, os varejistas e empresários precisam adotar uma abordagem proativa, segundo o especialista. “Eu vejo que tem muita coisa ainda para rolar, mas obviamente o varejista precisa começar a olhar com mais carinho para esse segmento [second hand], para esse tipo de atitude, para esse tipo de iniciativa”, e ressalta que isso é essencial para se conectar com a Geração Z e diferenciar-se em termos de posicionamento, conquistando a memória afetiva desse público e, consequentemente, ganhando o coração desse novo consumidor.
Com a inauguração da Carrefour Reeborn e o crescimento contínuo do mercado de revenda, é evidente que os varejistas tradicionais precisam se adaptar às novas demandas dos consumidores, que valorizam seu impacto ambiental e social. A sustentabilidade e a economia compartilhada não são mais apenas tendências passageiras, mas sim princípios fundamentais que moldam o futuro do varejo.
Imagem: Reprodução / Retail Technology Innovation Hub
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