Case Kumon: estratégia de expansão alia inovação digital e força da rede de franqueados

O vice-presidente de Operações do Kumon na América do Sul e colunista da Central do Varejo, Júlio Segala, apresentou no Summit de Expansão da ABF o case de crescimento da rede educacional, que hoje é considerada uma das maiores microfranquias do país, com investimento inicial a partir de R$ 90 mil.

Fundado no Japão em 1954 pelo professor Toru Kumon, o método educacional foi estruturado em 1958 com a criação do Instituto Kumon. A chegada ao Brasil ocorreu em 1977, em Londrina (PR), e em 1980 foi criada a subsidiária no bairro Paraíso, em São Paulo, dando início à expansão nacional. “A empresa Kumon foi criada para levar o método para o maior número de pessoas possível”, afirmou Segala.

Atualmente, a rede está presente em mais de 60 países, com 3,5 milhões de alunos no mundo. No Brasil, o Kumon soma 1.607 unidades, espalhadas por 611 cidades em todos os estados.

Transformações no modelo

Segala destacou a evolução do formato das unidades ao longo das décadas. Em 1977, os primeiros franqueados operavam em modelo home based, com mães ensinando os filhos em casa. Em 2003, a rede passou por uma transição para salas comerciais e adotou um processo de rebranding, com nova logomarca. Já em 2010, as unidades passaram a operar em lojas de rua com fachada própria, atendendo em média 60 alunos por franquia.

O marco mais recente foi em 2022, com o lançamento do Kumon Connect, que trouxe a era digital para o método. O material didático passou a estar disponível também em tablets, ampliando as possibilidades de expansão e modernizando a experiência de aprendizagem.

Estratégia de crescimento

A rede tem concentrado esforços em grandes centros urbanos considerados “must win cities”, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, com estudos detalhados de cada região. Mais de 600 áreas de expansão estão divulgadas no site da marca para orientar potenciais investidores.

Segundo Segala, 60% das novas unidades abertas no Brasil são resultado de indicações de franqueados já existentes, evidenciando a força do trabalho em rede. A estratégia também inclui o desenvolvimento de franqueados multifranqueados (Multi Unit Franchise – MUFs), além de um funil estruturado para prospecção de novos investidores.

Entre os principais desafios, Segala citou a necessidade de ampliar as áreas de expansão, fortalecer o modelo de indicações e garantir o sucesso do projeto de multifranqueados. “A grande força é o trabalho em rede e com propósito”, concluiu.

Imagens e informações: (*) Patricia Cotti – Ganhadora do Digital Transformation Awards, Sócia Diretora da Goakira, Diretora de Pesquisa do IBEVAR, Colunista Central do Varejo, Professora dos MBAs da FIA, ESPM, ESECOM, USP.