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Como conseguir emprego no varejo?

É preciso construir a empregabilidade ao longo dos anos, mesmo quando se está trabalhando

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Empresário de terno com currículo na mão

O Brasil desacelerou a geração de empregos no primeiro semestre, de acordo com dados do Caged. Segundo o IBGE, são 9,2 milhões de desocupados, sendo a maioria jovens. Por outro lado, 1 em cada 4 vagas no Brasil pertence ao varejo. Nesse contexto, a Central do Varejo conversou com Claudio Ricceoppo, o especialista em RH e gestão de carreira, escritor do livro “Emprego Certo” e Diretor da Empoyability, sobre como conseguir emprego no varejo. Acompanhe a entrevista por inteiro:

O número de empregos com carteira assinada no Brasil tem desacelerado. O que isso indica sobre a CLT?

A CLT é caríssima, e para o microempresário, aquele cara que vende hoje para pagar amanhã, isso é muito representativo. Se você assina a carteira de alguém, hoje você está falando de um custo final de 120% a mais do que o valor real que você paga para pessoa.

Então, a contratação como prestador de serviço acaba sendo uma estratégia para tentar sair um pouquinho dos custos da CLT e caminhar para uma contratação ilegal. A maioria das pessoas que hoje trabalha como MEI trabalha 8 horas por dia, tem subordinação, e todos os pré-requisitos que a CLT determina para uma carteira assinada.

E quais são os danos desse cenário para a população?

Eu acho que às vezes a pessoa chega num momento da carreira que ela não tem muita alternativa. Ela ficou seis meses desempregada e o auxílio desemprego acabou. Ela está no limite da honra financeira e aparece uma oportunidade que só vai contratar ela de maneira precária, ela abre mão dos seus direitos e acaba caminhando nessa direção.

Empresário de terno com currículo na mão

O que o indivíduo pode fazer para sobreviver a esse cenário e conseguir um bom emprego?

O profissional em geral, no Brasil, não tem a mentalidade de construir a empregabilidade. Porque um bom emprego, um emprego que você não precisa passar por exploração, é consequência da construção da sua empregabilidade. Eu sempre brinco que o Cauã Reymond e o Caio Castro não precisam azarar ninguém. Eles são bonitos, eles são atrativos, né? Eles atraem pessoas que queiram ficar com eles. Quando a sua empregabilidade está alta, você atrai empresas que queiram te contratar.

Só que empregabilidade é algo que se constrói com o decorrer do tempo, e o brasileiro, na maioria das vezes, espera se ferrar, espera ficar desempregado, espera ficar seis meses na luta. E só aí ele começa a construir um currículo bacana, começa a se preparar para entrevistas de emprego, a rever o Linkedin, a botar o currículo no site de emprego, só que aí já é tarde, porque tem um tempo para você colher resultados disso tudo.

E às vezes você não tem fôlego financeiro para esperar o tempo dessa construção da empregabilidade, você acaba tendo que aceitar uma proposta sem benefício, sem décimo terceiro, sem férias, sem nada.

É interessante que o profissional busque um plano, que o jovem busque cair na cova dos leões. Às vezes, trabalhar de graça para alguém para ter uma experiência para poder ter o que colocar no currículo, fazer um estágio, fazer um processo de trainee, não esperar se formar, e, com isso, ir fazendo o trabalho paralelo de construção de empregabilidade.

Algumas dicas são começar a participar de grupos de interação no Linkedin, aumentar os mecanismos de busca, tendo uma melhor performance do SSI que é o índice de atração de recrutadores na rede. Daí, quando a pessoa for precisar, já tá tudo bonitinho, a embalagem tá linda, é só chegar para se vender.

Imagem: Envato