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Comportamento

Cuidado com a saúde mental no trabalho é uma nova necessidade

Para 74% dos funcionários, melhorar a saúde mental é mais importante do que avançar na carreira

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Trabalhador branco com camiseta de mangas cinza, jardineira e luva se apoia em parede, exasperado por saúde mental no trabalho ruim; setor de serviços

A saúde mental dos funcionários não está boa, e isso tem sido mostrado de pesquisa em pesquisa nos últimos anos. De acordo com relatório  “Diretrizes sobre Saúde Mental no Trabalho”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos por ano por causa de depressão e ansiedade. O custo para a economia global das duas doenças é de cerca de R$ 5 trilhões. E os dados não param por aí. Segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 2022, mais de 200 mil pessoas foram afastadas do trabalho por transtornos mentais, entre depressão, distúrbios emocionais e Alzheimer.

O relatório produzido pela OMS indica que o trabalho, local onde as pessoas passam a maior parte do tempo, tem papel no desencadeamento ou não de doenças mentais, e o cuidado com a saúde mental no trabalho é uma nova necessidade. De acordo com pesquisa da Deloitte publicada em 2023, para 74% dos funcionários entrevistados, melhorar a saúde mental era mais importante que avançar na carreira.

Por outro lado, 80% dos entrevistados enfrentam desafios para melhorar a saúde mental, entre eles, os mais citados são: carga de trabalho pesada, longas jornadas e estresse profissional. Assim, 60% dos funcionários, 64% dos gerentes e 75% do C-suite estão pensando seriamente em pedir demissão e buscar um trabalho que ofereça mais cuidados à saúde mental.

Em pesquisa anterior, divulgada em 2020, a Deloitte revelou que 42% dos funcionários em home-office afirmavam estar trabalhando 40 horas a mais por mês. “No trabalho remoto, se conjuga no mesmo ambiente três âmbitos diferentes da vida, trabalho, sociabilidade e família, sem estabelecer barreiras geográficas bem definidas. Assim, as barreiras são muito fluidas, como diria Bauman, muito líquidas, de modo que elas vão ser sobretudo trabalho, o resto vai sendo invadido. E é isso que gera a sensação de Burnout, porque, no momento em que ele deveria estar descansando, relaxando, se ocupando de outras atividades mentais, ele está usando competências que são ligadas ao trabalho, e isso gera uma sobrecarga”, explica a psicóloga Joana Novaes. 

Trabalhador branco com camiseta de mangas cinza, jardineira e luva se apoia em parede, exasperado por saúde mental no trabalho ruim

Na mesma pesquisa, 21% dos brasileiros entrevistados relataram ter síndrome de Burnout. “É uma sensação de que tem uma uma nuvem, o sujeito acometido por uma amnésia constante. É uma sensação de colapso, se a gente usar uma metáfora, é como se o cérebro fosse um HD como se estivesse grimpado, tem que dar um reboot, que é dado por momentos de descanso”, afirma Novaes.

A psicóloga indica como os funcionários devem agir para ter equilíbrio entre vida pessoal e trabalho. “Descansar na vida pessoal significa certamente colocar limites. Entender que ninguém é substituível, conseguir um acordo interno de entender quais são os próprios limites, entender que os prejuízos serão maiores para sua saúde do que para a alta performance”, orienta.

Imagem: Envato

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