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Cultura da empresa é a chave para resolver o problema de retenção no varejo
As organizações de varejo ainda enfrentam dificuldades para lidar com a alta rotatividade, especialmente no nível das lojas, e, no entanto, as estratégias para enfrentar esse desafio persistente tendem a ser táticas. Soluções mais duradouras podem exigir uma abordagem mais ampla que trate de uma das maiores razões para a alta saída de funcionários: a cultura da empresa.
Quando aprendizado e desenvolvimento fazem parte da cultura da empresa, a liderança pode observar um aumento de 30% a 50% nas taxas de engajamento e retenção, segundo a Deloitte.
Por que a cultura é tão crítica
A cultura, em sua essência, é a base de uma organização. A maioria dos CEOs (71%) concorda que a cultura é um dos principais fatores que impactam positivamente os resultados financeiros, um aumento em relação aos 26% em 2021, de acordo com a Heidrick & Struggles.
A cultura cria alinhamento, garantindo que todos estejam unidos em torno da mesma missão e visão. Ela ajuda a manter os membros da equipe, em todos os níveis, focados na construção de produtos e experiências que os clientes amam. Isso é especialmente crítico (e incrivelmente difícil) para executivos de varejo que constroem e gerenciam um ecossistema de equipes, funções e lojas.
Colaboração, aprendizado e desenvolvimento profissional desempenham um papel fundamental em alimentar essa máquina cultural.
Resolvendo a lacuna entre ‘compromisso racional e emocional’
Embora muitos líderes executivos agora reconheçam a importância de construir uma cultura de empresa enraizada no aprendizado e na colaboração, poucos estão investindo em ferramentas e experiências que promovam o engajamento dos funcionários: apenas 33% dos funcionários nos EUA estão engajados, e 17% estão ativamente desengajados, de acordo com a Gallup.
“Como um país de líderes, estamos falhando [com nosso povo]”, disse Brian Librach, um executivo experiente no varejo e autor de The Retail Leader’s Roadmap, em entrevista ao Retail TouchPoints. Ele acrescentou que, entre todos os funcionários do varejo, tanto no escritório central quanto nas lojas, há “alto comprometimento racional e baixo comprometimento emocional.”
Os líderes do varejo estão sentindo as repercussões dessa lacuna com mais força no nível das lojas: 70% dizem que seu maior desafio nas operações das lojas é contratar e reter associados, e 67% relatam dificuldades com a alta rotatividade de funcionários. Um pouco menos, mas ainda uma maioria (56%), enfrenta desafios com treinamento e engajamento de funcionários, segundo uma pesquisa da Retail TouchPoints. No entanto, as organizações ainda estão focadas em cortar despesas, especialmente no nível das lojas, o que muitas vezes prejudica iniciativas de aprendizado e desenvolvimento.
“A maioria [dos associados de loja] está operando entre 60% e 70% de sua capacidade — e não por falta de esforço ou porque não estão se esforçando,” disse Librach. “Eles estão girando numa roda de hamster mais do que qualquer outra coisa. A tecnologia pode desacelerar [essa roda], ajudando-os a criar clareza e foco em metas, tarefas e prioridades. Isso pode ajudar os varejistas a garantir que equipes, funções e toda a organização estejam unidas em torno da mesma missão e visão.”
Desenvolvimento e tecnologia podem impulsionar melhorias culturais
Para enfrentar esses desafios, as organizações de varejo precisam priorizar a implementação de novas tecnologias e filosofias que apoiem o aprendizado, desenvolvimento e colaboração, incluindo:
- Desenvolver uma cultura fundamental que garanta que os funcionários se sintam valorizados e capacitados;
- Identificar a tecnologia certa com base nas necessidades e expectativas dos funcionários do escritório central e das lojas; e
- Desenvolver um sistema para alcançar e medir o sucesso que esteja alinhado aos principais indicadores de desempenho.
Imagem: Envato
Informações: Alicia Esposito para Retail TouchPoints
Tradução livre: Central do Varejo