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Dois mitos: planejamento de compras e open to buy

O coração do varejo é o planejamento e gestão de categorias.
Num primeiro nível, planejando vendas, estoques e margens, por categoria. E, num segundo, a variedade, profundidade, e preço médio de vendas.
Para planejar, prioridade total da companhia, se reúnem as três áreas: produto (design ou estilo, planejamento e compras), marketing e vendas.
Esta reunião tem de ser feita anualmente ou semestralmente, dependendo do segmento da marca. Mas o coração da eficiência é se manter uma reunião semanal de produto, marketing e vendas, avaliando e mudando os planejamentos de vendas, estoques e markups por categoria.
Ao longo dos anos surgiram dois mitos, baseados em no que se ouve do varejo internacional.
Primeiro: as empresas planejam compras.
Não se planejam compras, se planejam vendas e estoques!
O planejamento de uma categoria envolve:
Planejamento de vendas e depois estoques;
Cálculo do recebimento e da compra necessários;
O valor a ser comprado não é planejado, é calculado!
Segundo: muitos varejistas dizem que usam open to buy.
Não é verdade, eles usam open to receive.
No open to buy (OTB), se determina, a partir das vendas e estoques planejados, quanto se deve comprar num determinado mês, levando em conta o lead time da categoria.
Este método foi substituído há muito pelo open to receive (OTR) que, ao invés de calcular a verba a ser comprada, calcula a verba que deve ser recebida no mês.
Algumas vantagens: obriga o comprador a ser preciso quando o produto será recebido, e equilibra melhor os estoques de cada categoria.
A maioria das empresas usa o open to receive, referindo a ele como open to buy.
Síntese:
FAZER REUNIÃO SEMANAL DE PRODUTO, AVALIANDO E ATUALIZANDO VENDAS E ESTOQUES PLANEJADOS.
NÃO SE PLANEJAM COMPRAS!
NÃO EXISTE OPEN TO BUY…
Imagem: Envato
*Luiz Antonio Secco possui uma vasta experiência nas áreas de varejo, franquias, atacado, e-commerce, marketing, CRM, recursos humanos e educação executiva e é apaixonado pela relação entre marcas e consumidores. É fundador da Azov Eventos e atua como conselheiro consultivo da BlueMan e da First Class, além de estar envolvido em fusões e aquisições no setor varejista e em startups de tecnologia voltadas para CRM, medição de fluxo e experiência de compra.